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Economia
Quinta - 28 de Novembro de 2013 às 23:14

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Após ter perdido força no final da tarde com o resultado do governo central em outubro renovando as preocupações com o cenário fiscal do país, o principal índice da Bolsa brasileira fechou esta quinta-feira (28) praticamente estável, com leve queda de 0,03%, a 51.846 pontos.


 
A perda só não foi maior por causa das ações mais negociadas da Vale, que representam mais de 8% do Ibovespa e tiveram valorização de 2,7%, depois que o conselho de administração da mineradora aprovou a adesão ao acordo de refinanciamento de tributos federais, o chamado Refis, referente a pagamento de Imposto de Renda sobre o lucro de suas controladas no exterior de 2003 a 2012.


 
A medida foi vista com bons olhos pelo mercado que, segundo analistas, ignorou o fato de a agência de classificação de risco Standard & Poor"s ter rebaixado a perspectiva da nota da mineradora.


 
"A decisão da S&P não deve impactar as ações da companhia ainda que denote uma visão negativa, pela agência, para a Vale. Entendemos que o fluxo de caixa, bem como os investimentos da empresa, não correm tanto risco com o evento do Refis", diz William Alves, analista-chefe da XP Investimentos.


 
O analista Marcelo Torto, da Ativa Corretora, ressalta que a empresa segue com seu plano de desinvestimentos, o que gera caixa suficiente para que a Vale cumpra o acordo.


 
"Os ratings [notas dadas pelas agências de risco] não devem ser rebaixados, dada a grande expectativa de que a Vale consiga quitar a negociação sem comprometer sua estrutura de capital", afirma Torto.


 
O dia foi marcado pelo baixo volume de negócios na Bolsa brasileira, com o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. O volume financeiro movimentado nesta quinta-feira foi de apenas R$ 4,3 bilhões, bem inferior à média do mês, em torno de R$ 7,2 bilhões diários.


 
PETROBRAS


 
Os papéis mais negociados da Petrobras pressionaram a Bolsa ao longo do dia e fecharam em queda de 1,63%, mesmo após a estatal ter garantido o sucesso da 12ª rodada de licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) nesta quinta-feira, arrematando a maioria dos blocos vendidos no leilão.


 
"Era esperado que a Petrobras participasse do leilão de gás da ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis] e que fosse uma das principais vencedoras. Esses blocos de gás não têm custo elevado, portanto não chegam a prejudicar o caixa da empresa", diz Luana Helsinger, analista do GBM (Grupo Bursátil Mexicano).


 
Para analistas, a questão principal que está pesando sobre as ações da Petrobras é a reunião do conselho de administração da estatal amanhã. Segundo a Folha apurou, a tendência do governo é conceder um aumento no preço da gasolina e do diesel ainda neste ano, mas deve deixar para 2014 a decisão sobre uma fórmula para dar previsibilidade à geração de caixa da estatal.


 
"O mercado esperava que o governo fosse ceder à pressão da Petrobras, aceitando uma fórmula que atrelasse mais tranparência para os valores cobrados pela gasolina e o diesel. Mas a sinalização de Dilma e Mantega de que o governo está resistente a isso trouxe de volta o pessimismo entre os investidores", completa Luana.


 
CONSTRUTORAS


 
O mercado avaliou nesta quinta-feira a decisão tomada ontem pelo Banco Central de aumentar a taxa básica de juros, a Selic, para 10% ao ano. A medida já era amplamente esperada pelos investidores e, por isso, teve impacto limitado sobre a Bolsa.


 
O que chamou atenção, no entanto, foi a ausência do trecho sobre inflação no comunicado do BC, o que pode indicar, segundo analistas, uma eventual desaceleração futura do ciclo de alta da Selic. Essa perspectiva chegou a alimentar uma disparada das ações de construtoras ao longo do dia, pois quanto mais altos ficam os juros, mais caros se tornam os financiamentos, mas os papéis perderam força e fecharam com sinais opostos.


 
A Cyrela subiu 1,23%, enquanto Gafisa teve perda de 0,61%, MRV cedeu 0,78% e PDG teve desvalorização de 1,18%. Rossi e Brookfield fecharam estáveis.



CÂMBIO


 
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o dia em alta de 0,7% em relação ao real, cotado em R$ 2,328 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,3%, a R$ 2,317.


 
A moeda teve pouca variação nesta quinta-feira devido ao feriado nos EUA, que reduziu o volume de negócios no dia. Além disso, segundo operadores, o mercado operou com cautela pela formação da Ptax, taxa média do dólar que serve de referência para contratos, que acontece amanhã.


 
O Banco Central deu continuidade pela manhã ao seu programa de intervenções diárias no câmbio para aumentar a liquidez do mercado e segurar a alta da moeda americana.





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