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Economia
Quinta - 28 de Novembro de 2013 às 19:52
Por: Alexandre Alves

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A Bacia do Parecis – entre Mato Grosso e Rondônia – não recebeu ofertas nos 14 blocos que foram colocados em leilão nesta quinta-feira, pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). A Bacia do São Francisco também não despertou interesse. Em outras cinco bacias, o governo federal arrecadou R$ 165 milhões em bônus de assinatura.


 
A Parecis faz parte da nova fronteira exploratória. Um levantamento geoquímico de superfície realizado recentemente pela ANP detectou a presença de gás de origem termogênica ao longo do Rio Teles Pires. Há também ocorrências de carbonatos impregnados de óleo ao sul da bacia. 


 
Os 14 blocos da bacia em solo mato-grossense, entre as regiões Médio-Norte e oeste do Estado, somam mais de 41.5 mil km². O edital previa exploração em seis anos. O governo federal estipulou, como bônus mínimo para os lotes da Bacia Parecis, valores que, somados, ultrapassavam R$ 7.1 milhões.


 
Empresas ou consórcios classificados como “Operador C” (qualificada para operar somente nos blocos situados em terra) poderiam fazer os arremates. Olhar Direto verificou que os 14 blocos ofertados possuem risco exploratório.


 
A Bacia Parecis compõe a área denominada como “Novas Fronteiras Tecnológicas e do Conhecimento”. A reserva tem uma espessura média de 92 metros e está a uma profundidade de 1.5 mil a 2.4 mil metros. O volume de rocha (onde está o gás) é de 1.196 km³.


 
A descoberta da bacia se deu em 2008. Um estudo mais detalhado a fim de comprovar a descoberta foi iniciado no final de 2009 e início de 2010, com investimento de R$ 59 milhões. Entre os municípios que receberam os pesquisadores estão Campo Novo dos Parecis, Juína, Sapezal, Tapurah, Lucas do Rio Verde, Nova Maringá, São José do Rio Claro, Diamantino e Arenápolis. Durante as pesquisas foi constatada exsudação de gás no rio Teles Pires, entre Sorriso e Lucas do Rio Verde.


 
Greenpeace contra


 
O Greenpeace chegou a pedir à ANP a retirada dos 14 blocos do leilão. Os argumentos da ONG para pedir que os blocos da Bacia dos Parecis fossem retirados do edital são de que é necessário fazer um minucioso estudo de impacto ambiental antes de repassar as jazidas à iniciativa privada, já que a maior parte é limítrofe a áreas indígenas e unidades de conservação ambiental.


 
“Na Bacia dos Parecis, os tributários das cabeceiras dos rios Teles Pires e Juruena promovem um importante ponto de contato da Floresta Amazônica com o Cerrado. Isso implica na ocorrência de uma zona de transição ampla, em que as formações de floresta e cerrado se interpenetram formando um mosaico”, explicou a ONG, à época do pedido.





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