O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) também vai pedir a cassação do vereador João Emanuel (PSD) por quebra de decoro parlamentar. A entidade aguarda apenas a definição do novo presidente da Câmara de Cuiabá para protocolar a representação contra o social-democrata.
Esta será a segunda instituição a pedir a perda do mandato do vereador devido ao suposto envolvimento em um esquema de grilagem de terras, falsificação de documentos e desvio de recursos públicos. Nesta terça-feira (3), o Movimento Organizado pela Moralidade Pública e Cidadania (ONG Moral) já fez esta solicitação.
A medida é reflexo da operação Aprendiz, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Conforme investigação, o esquema funcionava por meio de fraudes na documentação de terrenos dados como garantia a factorings que forneciam dinheiro para campanha eleitoral. Em contrapartida, os proprietários destes imóveis tinham vantagens em licitações e contratos da Câmara.
Conforme o advogado do MCCE, Vilson Nery, o vídeo no qual o social-democrata aparece explicando todo o esquema fraudulento a uma empresária apenas expôs a real situação da Câmara.
“O MCCE fez a opção de protocolar o processo junto ao presidente eleito. Os problemas na Câmara não são recentes. Seria uma ofensa para os artistas e palhaços, que não agem dessa forma, serem comparados às situações que a Câmara vem vivenciando”, ironiza, em referência ao fato de o ex-presidente aparecer na gravação se referindo aos colegas de parlamento como “artistas”.
O PSB e o PV devem reiterar os pedidos de cassação contra João Emanuel nesta quinta-feira (5). Segundo o vereador Faissal Kalil (PSB), o Regimento Interno prevê que esta solicitação só pode ser feita por partidos políticos, entidades ou membros da mesa diretora. (KA)