Sequestrado por traficantes bolivianos para fazer transporte de drogas. Essa está sendo a hipótese mais provável do desaparecimento do piloto Paulo Cézar Bertocini, 30 anos, em um voo misterioso, que não deixou pistas.
Paulo decolou do aeroporto de Juína (735 km de Cuiabá) na manhã de domingo (1), sozinho, antes do embarque dos passageiros que deveria trazer para Cuiabá, e sem autorização da torre de controle.
A aeronave que ele pilotava, um Cesna com capacidade para cinco pessoas, pertence ao prefeito de Juara, Edson Piovesan (PPS), e estaria avaliada em R$ 1,5 milhão.
Paulo chegou ao aeroporto acompanhado da mãe, Brígida Bertocini. Sem entender nada, ela viu o filho entrar no avião e decolar em seguida. Ele falava ao telefone celular o desligou assim que ocupou a cabine da aeronave. A cena foi assistida também por um funcionário da unidade aeroportuária.
O delegado Rodrigo Rufatto, responsável pelas investigações, disse que já ouviu quatro pessoas, entre as quais a mãe do piloto e o funcionário.
Entretanto, diz, até o momento não tem como fazer conclusões. Apesar disso, Ruffato, recém-chegado na cidade, adiantou que a suspeita é que o suposto seqüestrador tenha dormido dentro da aeronave para fazer o piloto refém. “Acreditamos que tinha alguém dentro do avião, caso contrário ele não voaria sem autorização e sem os passageiros”, completou.
Rodrigo Rufatto explicou que o piloto havia chegado de uma viagem no dia anterior, deixando o avião pernoitar no aeroporto para atender o compromisso agendado para o dia seguinte.
O prefeito Edson Piovesan confirmou ser o proprietário do avião, mas não quis falar com a imprensa sobre o desaparecimento do piloto com sua aeronave. Nesta terça-feira, mais pessoas prestarão depoimento ao delegado.
É comum traficantes de droga sequestrarem pilotos e aeronaves para fazer o transporte da droga, liberando-os em seguida. (