A quadrilha desarticulada, nesta segunda (2), pela Polícia Civil, durante a Operação “Liga da Justiça”, falsificou 373 matrículas de propriedades rurais na região de Barra do Garças, General Carneiro, Porto Alegre do Norte, Vila Rica, e nos estados de Goiás e Tocantins. As matrículas eram obtidas com o uso de documentos falsos nos cartórios de registro de imóveis, tendo como base de apoio a cidade de Barra do Garças.
De acordo com as investigações, em um dos financiamentos a quadrilha usou a matrícula de um terreno em Barra do Garças para forjar a matrícula de uma área de 25 hectares em Porto Alegre do Norte. Nesta fraude, a organização criminosa conseguiu dois empréstimos, um de R$ 314 mil no Banco do Brasil e outro de R$ 316 mil no Bradesco.
A quadrilha ainda tentou um financiamento de R$ 30 milhões em uma instituição financeira de São Paulo. Porém, o golpe foi descoberto e duas pessoas foram presas no último dia 14.
O golpe consistia na liberação de Certificados de Direito Creditórios do Agronegócio (CDCA), no valor de R$ 30 milhões, firmado por meio de instrumento de compartilhamento de garantia, a qual o contrato exigia entre as documentações da fazenda, o registro do imóvel no cartório da região. Para adquirir os documentos junto ao cartório, os estelionatários deram entrada do pedido usando documentos falsos de um suposto dono de uma fazenda. A tentativa foi descoberto pelo chefe do cartório de Barra do Garças, que denunciou o fato à Polícia Civil.
Além de uso de documentos falsos para aplicar os golpes, a Polícia Civil descobriu também que a quadrilha tem envolvimento com homicídios motivados pela posse fraudulenta de provas, ameaças de morte a um delegado de polícia, uma vereadora e uma gerente de bancos.
Na operação “Liga da Justiça” desta segunda, a PC cumpriu 19 ordens judiciais, sendo oito mandados de prisão temporária (5 dias) e 11 de busca e apreensão. Entre os presos estão um ex-servidor do cartório de registro de imóveis de Barra do Garças, um oficial de Justiça, dois policiais militares aposentados, mandante e executores do duplo homicídio, falsificadores de documentos, dois corretores de imóvel, posseiros, beneficiários e um escrivão de Justiça. (Com assessoria)