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Economia
Segunda - 02 de Dezembro de 2013 às 11:39

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O reajuste de 4% no preço da gasolina nas refinarias, anunciado na última sexta-feira (29), pela Petrobras, é insuficiente para tornar o etanol competitivo na maioria dos Estados brasileiros.



 
Se o preço do combustível subir na mesma proporção na bomba, ainda assim será mais vantajoso para o motorista abastecer com gasolina do que com etanol em 20 Estados e no Distrito Federal, aponta levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, com base em dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).



 
Hoje abastecer com etanol é vantajoso apenas em quatro Estados brasileiros — São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Paraná —, segundo dados da ANP que indicam os preços médios de etanol e gasolina nos postos de combustíveis na última semana.



 
A conta considera que abastecer com etanol só vale a pena quando o valor do combustível custar menos do que 70% do preço cobrado pela gasolina, já que o carro gasta mais litros de etanol para percorrer a mesma distância do que o volume utilizado de gasolina.



 
Considerando uma média simples dos preços cobrados pelos dois combustíveis em todos os Estados na semana passada, o reajuste da gasolina para tornar o etanol competitivo no País seria de 13,12% na bomba.



 
O Estado onde o etanol está em maior desvantagem em relação à gasolina é Roraima. Lá o custo médio por litro é de R$ 2,74, ante R$ 3,00 o litro da gasolina. Só valerá a pena abastecer com etanol no Estado se a gasolina subir 30%.



 
Já no Piauí o reajuste necessário na gasolina para motivar o consumidor a abastecer com etanol seria de 27,76% e, no Amapá e em Sergipe, de 25% e 24%, respectivamente, aponta o levantamento do Estado.



 
Os Estados onde há a maior possibilidade de o reajuste da gasolina fazer o dono de um carro flex trocar o combustível, hoje mais vantajoso, pelo etanol são Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Nestes Estados, basta um aumento de aproximadamente 1,3% no preço da gasolina para o etanol ser mais competitivo, segundo cálculos do Estado.



 
Subsídio



 
Os usineiros atribuíram a perda da competitividade do etanol ao subsídio da gasolina pela Petrobras, que vende no Brasil o combustível abaixo dos preços internacionais.



 
A diferença entre o valor pago para importar gasolina e o valor recebido para vender o combustível no Brasil sai do caixa da própria Petrobras e levou a uma corrosão do resultado financeiro da estatal. A prática faz parte de uma tentativa do governo de segurar a inflação.



 
Como a maioria da frota brasileira é flex, o subsídio à gasolina tem impacto direto na demanda por etanol. O setor está há anos sem investir em novas usinas e cerca de 10% das 400 unidades existentes estão paradas, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).



 
Para a Unica, o reajuste de 4% na gasolina, anunciado na sexta-feira, "poderia significar uma leve e pontual melhora na competitividade do etanol".


 
A entidade, no entanto, ressaltou, em comunicado, que o reajuste de 8% no diesel, também anunciado na sexta-feira, "elimina qualquer benefício em potencial para o etanol que o aumento da gasolina pudesse produzir".


 
O diesel é um dos insumos mais importantes para a produção de etanol, já que a colheita e a atividade nas usinas são processos mecanizados e abastecidos com diesel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.





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