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Economia
Domingo - 01 de Dezembro de 2013 às 16:16

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Financial Times Em Los Olivos, um espaçoso bairro de Lima, Cindy Mamani está atrasada para uma aula na Universidade César Vallejo, onde se prepara para ser advogada.


 
Mamani fala com orgulho sobre ser a primeira pessoa em sua família, mestiça, a fazer um curso superior. "Meus pais trabalharam muito para que eu pudesse estar aqui."


 
Sua história é emblemática da transformação social do Peru, celebrado na última década como economia de mais rápido crescimento na América Latina.


 
Além disso, embora "o surgimento de uma nova classe média" seja uma história
comum nos mercados emergentes, o que distingue o Peru é que seu crescimento vem sendo sustentado por um boom de investimento, e não pelo surto de consumismo, agora estagnado, que impulsionou o crescimento de alguns de seus pares regionais, como o Brasil.


 
A despeito do crescimento mais lento que a China registra e do medo quanto à retirada do estímulo do Fed (BC dos EUA) à economia norte-americana, a economia do Peru deve crescer mais de 5% neste ano, segundo projeções do FMI, ante uma média regional de 2,6%.


 
"O que é diferente quanto ao fenômeno peruano é a velocidade de crescimento da classe média", diz o sociólogo Rolando Arellano.


 
"As novas gerações só viram progresso e querem continuar progredindo."


 
A propensão generalizada a investir parece ser um dos principais motivos que embasam o crescimento continuado do Peru -e não apenas em casos como o de Mamani ou dos seus 35 mil colegas universitários, que pagam mensalidade média de US$ 150 (R$ 350) pelos seus cursos.


 
MINERAÇÃO


 
No ano passado, o investimento peruano, boa parte do qual no setor de mineração, equivaleu a 28% do PIB (ante apenas 18% no Brasil), um índice digno da Ásia.


 
O país é o terceiro maior produtor mundial de cobre e prata e o sexto maior produtor mundial de ouro, e o presidente Ollanta Humala afirma que existem projetos de investimento em mineração da ordem de US$ 60 bilhões esperando implementação.


 
Esse crescimento alimentado pelo investimento resultou em uma redução do índice de pobreza, de metade para um quarto da população, e levou uma proporção hoje estimada em metade dos peruanos à classe média. De fato, segundo uma pesquisa conduzida em agosto pela "Latam Confidential", os peruanos hoje têm probabilidade um terço maior de investir em educação do que seus pares regionais e quase o dobro de probabilidade de adquirir serviços de saúde.


 
Economistas, no entanto, alertam sobre a fragilidade da nova classe média peruana e sobre a necessidade de levar novas reformas adiante a fim de sustentar o boom em um país que sofre de instituições fracas e no qual boa parte da economia é informal, e assim não permite arrecadar tributos.


 
Tradução de PAULO MIGLIACCI





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