Um em cada cinco jovens mato-grossenses, entre 18 e 29 anos, não estuda ou trabalha. Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais 2013 (SIS-2013), divulgados ontem (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O grupo dos jovens que não trabalham e não estudam, ficou conhecido popularmente como “nem-nem”, por não querer uma coisa ou outra. Os dados do Estado se assemelham ao panorama nacional, onde 19,6% dos jovens não têm nenhuma das duas ocupações.
Conforme o estudo, em Mato Grosso, 33,3% dos adolescentes entre 15 e 17 anos já têm uma ocupação profissional. Este número sobe gradativamente conforme a faixa etária. Entre os jovens de 18 a 24 anos, 67,4% trabalham e na faixa etária que vai de 25 a 29 anos a porcentagem é de 76,9%.
Segundo o IBGE, 12% dos jovens, entre 18 e 24 anos, em Mato Grosso, apenas estudam enquanto 51,4% somente trabalham. Por volta de 16% consegue conciliar os dois, enquanto 19,8% não fazem nenhuma das duas atividades.
Na outra faixa etária avaliada, entre 25 e 29 anos, a situação muda bastante. Apenas 3% do grupo somente estudam enquanto 7% conseguem estudar e trabalhar. Outros 69,8% somente trabalham, porém outros 19,7% se enquadram como “nem-nem”.
Apesar de um bom número de jovens trabalharem, o levantamento mostrou que a remuneração da categoria é muito baixa. Por volta de 10,4% dos jovens recebem metade de um salário mínimo, que hoje é de R$ 678 mensais. Outros 19,4% ganham entre meio salário e um salário. Já 46,4% recebem entre um e dois salários e 21,9% ganham mais que dois salários.
A análise também mostrou que o nível de escolaridade dos adolescentes “nem-nem” é baixíssima. Por volta de 56,7% deles não tinham sequer o ensino fundamental completo, sendo que, com essa idade, normalmente já deveriam estar cursando ou concluindo o ensino médio.
Entre as pessoas de 18 e 24 anos, apenas 47,4% completaram o ensino médio. Somente 39,2% dos jovens “nem-“nem, entre 25 e 29 anos, completaram o ensino médio.
O ensino superior é ainda mais baixo entre a categoria. Somente 9,3% dos jovens tinham nível superior incompleto ou completo.
Entre as mulheres, o índice é ainda mais preocupante. Conforme o IBGE, cerca de 70% dos “nem-nem” são formado por elas. Em todo país, este número representa aproximadamente 6,7 milhões de pessoas.
Segundo a pesquisa, a relação do alto índice de mulheres está ligada diretamente ao fator maternidade.
Cerca de 30% das adolescentes de 15 a 17 anos, que não trabalham ou estudam, já têm pelo menos um filho. No grupo que vai de 18 a 24 anos o número sobe para 51,6% e sobe para 74,1% entre jovens de 25 a 29 anos.