O advogado Eduardo Mahon, responsável pela defesa do vereador João Emanuel (PSD), tem duas estratégias para tentar reverter a situação do social-democrata perante a Justiça.
Solicitou, já na quinta-feira (28), a revisão do afastamento do parlamentar da presidência da Câmara de Cuiabá, tanto na esfera civil quanto na criminal; e deve questionar a legalidade do vídeo considerado uma das principais provas do Ministério Público contra João Emanuel.
Para Mahon, não havia necessidade de afastar o parlamentar do cargo de presidente, já que ele vinha colaborando com as investigações. Conforme o advogado, a juíza que concedeu o afastamento na vara criminal sequer tinha conhecimento de que o vereador havia apresentado os documentos solicitados e prestado depoimento.
“Ela não foi informada de que o João já havia apresentado todos os documentos solicitados, que havia entregado cópia integral do processo de licitação investigado, que ele e mais três servidores da Câmara já haviam prestado depoimentos. Esses fatos foram levados ao conhecimento dela por nós”, argumenta Mahon, pontuando que o mesmo ocorreu no âmbito civil.
Com relação ao vídeo, o advogado sustenta que houve edição. “Fiquei perplexo de como foi articulado este vídeo. Os promotores falam que não foi editado, mas, tanto foi, que tem legenda e relógio. Qualquer analfabeto sabe que, para colocar legenda em um vídeo, é necessário edição. Além disso, as gravações possuem uma série de lapsos”.
Mahon defende que a gravação não seja utilizada como prova. Alega que foi entregue ao MP por uma pessoa que não faz parte do caso.
“O vídeo em questão, além de ser produto de uma ação política, é clandestino, porque providenciado por terceiros, não a própria suposta vítima. Conforme o depoimento do policial, foi o próprio secretário [de Gestão de Cuiabá, Pascoal Santullo Neto] quem encaminhou o material, nitidamente editado, ao procurador-geral Paulo Prado”, diz o advogado.
“Considerando o depoimento do servidor da prefeitura e o claro envolvimento do secretário e do advogado José Antônio Rosa, saio dessa crise maior do que entrei, porque nitidamente demonstrado o interesse político de interferência no Parlamento Cuiabano”, afirmou João Emanuel em nota à imprensa.