As expectativas sobre a redução no volume de bovinos confinado, em Mato Grosso, foram confirmadas pelo 3º Levantamento das Intenções de Confinamento encomendado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) ao Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). De acordo com o relatório, os produtores reduziram 9,5% o rebanho confinado em 2013 comparado com o total de 2012. O ano fechou com 717.826 animais terminados a cocho, sendo que no ano anterior foram 792.786 animais.
A tendência de que a participação de animais na engorda intensiva seria menor foi indicada pelo segundo levantamento realizado em julho deste ano, quando a intenção dos pecuaristas apontava para 693.160 animais a serem confinados. Na época, o volume contradizia a intenção levantada durante a primeira pesquisa, realizada em abril, que indicava que o confinamento somaria 809.556 animais. No início do ano, chegou a ser cogitado em função da abundante oferta do milho e dos preços em queda da commodity – que possui importância de protagonista na atividade de engorda intensiva – que Mato Grosso poderia superar Goiás, maior confinador do país e bater recorde com mais de 1 milhão de cabeças confinadas.
De acordo com o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, esta queda demonstra a habilidade do pecuarista em realizar o planejamento de seus negócios para evitar prejuízos. Como explica, com a gestão adequada, comparação de custo e receita e atenção no mercado é possível garantir a rentabilidade na atividade. “O pecuarista está mais cauteloso na hora de decidir o quanto vai confinar, quando irá confinar e assim o mercado não fica desestabilizado, o que ocasiona queda acentuada de preços”.
Análise de Vacari é feita com base no preço da arroba do boi gordo que, neste período de entressafra – agosto a novembro, manteve a tendência de valorização, tendo alcançado preço médio de R$ 95. A alta na arroba se faz necessária, de acordo com o superintendente, para que os custos com o confinamento sejam compensados pela receita.
O aquecimento do mercado também foi influenciado pelo planejamento com relação ao momento de confinar e de entregar o animal ao frigorífico. O levantamento do Imea aponta que, como não houve concentração de entrega de boi confinado em um mês especificamente, o valor da arroba não sofreu pressão baixista. De acordo com o relatório, mesmo nos meses em que houve pico de entrega, setembro e outubro, o preço da arroba atingiu os melhores patamares.
DECISÃO - Pesquisa feita pelo Imea também aborda as influência sofridas pelo produtor na hora de decidir sobre o confinamento e o resultado demonstrou que o custo de modo geral foi o fator que mais pesou na tomada de decisão. Além disso, foram citados o custo da arroba, a aquisição de animais, entre outros.
NOVO PATAMAR – Em seu Boletim Semanal da Bovinocultura, o Imea neste início de semana já chamava para o mercado de reposição, que revela um cenário altista e de preços valorizados para os machos jovens em Mato Grosso. Como atesta, o bezerro desmama, por exemplo, apresenta alta desde o início do ano de 2013, obtendo cotação média no Estado de R$ 737,78/cabeça em novembro/13, valor 16% maior quando comparado a janeiro/13 e outubro/12.
Com foco no jovem animal desmamado, o que se percebe é uma oferta escassa, causada principalmente pelo descarte de fêmeas nos últimos anos e, do outro lado, existem relatos de que a procura está elevada, fatores que somados levaram os preços do desmama nelore em Mato Grosso a um novo patamar, acima dos R$ 730,00/cabeça, em média. “O resultado, no entanto, é negativo para quem deseja comprar uma bezerrada desmamada, pois com a venda de um boi gordo é possível adquirir 2,17 bezerros desmama atualmente, um ano atrás era possível adquirir 2,35 bezerros desmama. Em meio a esse cenário hostil para reposição do plantel, para os criadores mato-grossenses o resultado é o inverso, é positivo e gera uma expectativa de menor descarte de fêmeas em 2014”. (Com assessoria Acrimat)