O aumento da taxa básica de juros para 10% ao ano inibe os investimentos privados, de acordo com avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou a decisão.
Para a CNI, "tudo indica que o atual ciclo de aumento [da Selic] ainda não terminou". A entidade representativa da indústria assinala também que os reflexos da elevação dos juros no comportamento da inflação são defasados, e só serão sentidos no início do ano que vem.
A confederação reconhece, contudo, que o Copom deve continuar monitorando o processo inflacionário, pois "a desaceleração nos preços dos alimentos tem fatores sazonais, e eventuais choques de oferta podem reverter essa trajetória". A CNI destaca ainda que o fim do efeito das desonerações feitas em 2013 sobre os índices tende a pressionar os preços administrados.
Segundo a nota da entidade, uma eventual retomada da inflação deve ser combatida, sobretudo, com a política fiscal, a partir da contenção dos gastos públicos correntes.