Quatro servidores do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT) foram presos durante uma operação contra fraudes em carteiras de habilitação, realizada na manhã desta quarta-feira (27) no estado, em Goiás e Tocantins. De acordo com informações da Polícia Civil, os servidores foram presos em Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres. No total, 20 pessoas já foram detidas.
Ao G1, a assessoria do Detran-MT disse que o órgão ainda não foi informado sobre a operação. No entanto, afirmou que está levantando as informações sobre os servidores e deve se pronunciar no período da tarde.
A operação denominada ‘Fraus’, da Polícia Civil, deve cumprir 135 ordens judiciais, sendo 19 de mandados de prisão temporária, 116 conduções coercitivas e 47 mandados de busca e apreensão. A Polícia descobriu um esquema de venda e compra de carteiras sem a realização de provas teóricas ou práticas em Mato Grosso e nos estados citados.
Até as 9h [horário de Mato Grosso], dois servidores do Detran foram presos em Cuiabá e Várzea Grande, e outras 16 pessoas foram levadas para delegacia para prestar depoimento à Polícia Civil.
Em Barra do Garças, cinco pessoas foram presas, 12 conduzidas para prestar esclarecimento e três buscas feitas em residências dos suspeitos. Em Cáceres, a polícia prendeu dois suspeitos e realizou três buscas e apreensões nas casas dos investigados. Já em Goiás, 10 pessoas já foram presas pela Polícia Civil. Em Tocantis, uma pessoa foi presa.
Operação
A operação é realizada em 39 cidades, sendo oito em Mato Grosso, um em Tocantins e 30 em Goiás. As investigações começaram em setembro de 2010 na cidade de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá. Segundo informações da Polícia Civil, a fraude foi descoberta depois de uma denúncia encaminhada ao Ministério Público de Barra do Garças, onde uma pessoa informava que uma autoescola do município oferecia facilidades para retirar e até revalidar a CNH.
Os candidatos eram aprovados sem fazer provas práticas, teóricas ou de direção, e ainda conseguiam aprovação nos exames feitos por pessoas que se passavam por eles nas provas. As pessoas que compravam esse tipo de serviço pagavam valores entre R$ 600 até R$ 5 mil. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Joaquim Leitão Júnior, os alvos da operação são os proprietários de autoescolas, fiscais do Departamento de Trânsito (Detran), instrutores e pessoas responsáveis por Centro de Formação de Condutores (CFC) de Barra do Garças.
As pessoas que forem presas podem responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, alteração indevida de sistema de dados e falsidade ideológica. O nome da operação vem do latim e significa ‘uma mentira contada com boa intenção’.