A reportagem do Olhar Direto apurou que foram cumpridos novos mandados de busca e apreensão como parte de ações da Operação Ararath, deflagrada para combater crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. A assessoria de imprensa confirmou a ação.
Um dos mandados foi cumprido em uma residência no condomínio Florais em Cuiabá; outro em um escritório no edifício Top Tower, na Avenida do CPA, ambos de propriedade do advogado Tiago Vieira de Souza Dorileo.
Tiago Dorileo Vieira é neto do já falecido desembargador Ernani Vieira. As investigações referentes à Operação Ararath prosseguem sob segredo de Justiça, porém a informação foi confirmada ao Olhar Direto.
Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal mediante autorização do desembargador do Tribunal Regional Federal, Luciano Tolentino Amaral, apontariam contatos entre Julier e o lobista. Tiago teria autuado como intermediador para a concessão da decisão beneficiando a empreiteira Encomind.
A investigação tramita no TRF 1ª Região em razão de possível envolvimento de magistrado nos fatos sob apuração, os quais guardam relação com a Operação Ararath, deflagrada recentemente por ordem da Justiça Federal da Seção Judiciária do Mato Grosso.
No início da semana também foram alvos da PF o juiz federal Julier Sebastião da Silva, o diretor do Detran/MT Gian Castrillon e a empresa Encomind.
Operação Asafe
Tiago Dorileo foi um dos denunciados na Operação Asafe, que investigou os esquemas de vendas de sentenças no Poder Judiciário de Mato Grosso. O neto do desembargador Ernani Vieira, era chamado de "Malandrinho" em um dos diálogos gravados pela Polícia Federal, na Operação Asafe.
O bacharel aparece na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) como um intermediador de vendas de sentenças. Na denúncia, a Procuradoria da República vê a presença de graves indícios de autoria e materialidade do delito de exploração prestígio por parte de Tiago Dorilêo.