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Terça - 26 de Novembro de 2013 às 16:20
Por: LUCAS RODRIGUES

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Uma ação de indenização por danos morais que o desembargador Orlando de Almeida Perri, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, move contra o juiz José Arimatéia, da 20ª Vara Cível da Capital, será julgada em Cuiabá.


 
A decisão é da desembargadora Cleuci Terezinha, que negou pedido de Arimatéa para que a ação fosse apreciada em Brasília, local onde o suposto delito teria ocorrido. Com a negativa, a ação continua a tramitar na 7ª Vara Cível e está sob a responsabilidade do juiz Yale Sabo Mendes.


 
Segundo ação, o juiz teria ofendido a moral do desembargador e “riscado sua honra com carvão”, ao denunciá-lo no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


 
Na época do fatos, Perri atuava como corregedor-geral da Justiça e foi acusado no CNJ por cometer suposta perseguição contra Arimatéia. "Desembargador utiliza de seu cargo para tentar punir, ou pelo menos intimidar, um juiz que teve a ousadia de lhe dizer um não"


 
Na ação, o juiz Arimatéa defendeu que o fato de ter negado um pedido de Perri para decretar a prisão de supostos envolvidos em esquema que teria desviado recursos do tribunal motivou o desembargador, alegadamente, “a utilizar de seu cargo para tentar punir, ou pelo menos intimidar, um juiz que teve a ousadia de lhe dizer um não“.



Briga antiga


 
Em 2008, o então corregedor Orlando Perri, conforme consta nos autos, teria telefonado para Arimatéia, que atuava na Vara Contra o Crime Organizado, pedindo a prisão preventiva de um estelionatário que estaria a aplicar golpes no TJMT, mediante falsificações de guias de recolhimento de custas processuais. A denúncia foi feita pelo Ministério Público.


 
No contato telefônico, conforme transcrito na ação, o juiz não confirmou se iria ou não acatar o pedido, mas, posteriormente, optou por não decretar a prisão.
 
A situação teria ficado crítica quando o presidente do tribunal na época, desembargador Paulo Lessa, designou mais dois juízes para auxiliar na Vara Contra o Crime Organizado. 
 
O fato foi interpretado por Arimatéia como uma medida tomada sob influência de Perri para “intimidá-lo”, e levou o juiz a entrar com um procedimento contra o desembargador no CNJ.


 
Conforme consta nos autos, Arimatéia teria caracterizado o ato como “ilegal, abusivo e motivado por sentimentos de vingança”.


 
Ainda no procedimento impetrado contra o desembargador, Arimatéa disse que Perri teria atuado como “órgão investigativo criminal” e “advogado em favor do Ministério Público”.


 
Nos autos da ação de danos morais, Perri disse “não haver nenhuma dúvida do teor da conversa” e que “facilmente se infere que não houve a propalada pressão contra o magistrado”. 


 
Perri também negou que exerceu qualquer pressão para a designação dos outros dois juízes à vara onde Arimatéia era titular.


 
A defesa do desembargador alegou que ambas as acusações foram ofensivas à honra de Perri e configurariam crimes de calúnia e difamação.


 
“O réu chega a chamar de desfaçatez o fato de o autor ter ligado e conversado sobre suas preocupações com as reconquistas das divisas surrupiadas do Tribunal de Justiça. Desfaçatez, segundo o dicionário, é falta de vergonha, cinismo (Houaiss). Falta de vergonha, descaramento, impudor, cinismo (Aurélio)”, diz trecho da ação de danos morais impetrada por Perri.





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