O queijo tem como principal ingrediente o leite, mas precisa da ação de bactérias para ser o que é. E se esses micro-organismos vierem das axilas, umbigo ou do pé de uma pessoa, você experimentaria?
As cientistas Christina Agapakis e Sissel Tolaas, uma americana e outra norueguesa, uniram-se em um projeto chamado SelfMade, uma coleção de 11 queijos, produzidos a partir de bactérias que vivem no corpo humano. Os queijos foram reunidos em uma exposição sobre a biologia sintética, em Dublin, na Irlanda. As informações são do The Independent.
Um dos queijos, por exemplo, foi produzido a partir dos micro-organismos encontrados no umbigo do escritor Michael Pollan. Outras amostras utilizadas foram retiradas do nariz, pés e até mesmo de lágrimas.
Ilustração explica como cientistas conseguiram implantar memórias falsas no cérebro de ratos. O primeiro passo é colocar o animal em um ambiente (a caixa azul, na imagem), identificar os neurônios associados à memórias do local (círculos brancos) e estimulá-las. Então o rato é colocado em outro ambiente (quadrado vermelho) e as mesmas célula do sistema nervoso antes identificadas são estimuladas. Isso induz os animais e relembrar o primeiro ambiente, como se ali estivesse. Enquanto pensava na caixa azul, o rato recebia choques e, quando realmente voltou para o local inicial, mostrava sinais de medo, associando o ambiente aos choques em uma memória falsa.
Segundo as pesquisadoras, cada queijo tem o odor do local do corpo do qual foi retirada a bactéria. Elas ressaltam, contudo, que o queijo não foi criado para ser consumido, mas para inspirar reflexões sobre a relação dos seres humanos com bactérias.
As cientistas afirmam que os seres humanos vivem em um mundo biológico cercado por comunidades ricas de micro-organismos. Isso explica, por exemplo, porque muitas vezes queijo tem um odor parecido com aqueles do corpo - como chulé.