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Domingo - 24 de Novembro de 2013 às 20:48

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Presidente da Associação das Travestis de Mato Grosso, Lilith Prado, de 35 anos, denunciou ter sido vítima de agressão por parte de dois casais, quando estava em uma rua na frente de um motel na região do Zero Quilômetro, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, no sábado (23). Ela disse que estava sentada quando os casais em um carro de passeio, de cor preta e vidro fumê, se aproximaram e uma mulher lhe deu um golpe com uma barra de ferro.
 
 
Com o golpe, ela caiu no chão e logo que se levantou os homens que estavam no carro desceram e começaram a sessão de espancamento, segundo Lilith. "Me bateram bastante, principalmente na cabeça. Uso uma peruca loira e, quando me agrediam, ela [peruca] caiu e as mulheres falaram: Podem soltá-la, a peruca tem mais valor", contou. Antes disso, ela afirmou que o carro tinha passado no local momentos antes para "analisar a situação" e ver se não tinha polícia por perto.
 
 
Ela avalia que, para os criminosos, é mais fácil roubar as travestis que as garotas de programa que ficam na região, considerada a maior zona de prostituição do estado. "As mulheres não usam bolsas e nem perucas", pontuou. Conforme a presidente da associação, esse tipo de roubo, com agressão às travestis, começou a ser frequente naquela região há cerca de dois meses. "Se eu que sou presidente da Associação, fui agredida, então imagine as outras", afirmou.
 
 
Após o espancamento, ela foi levada a um hospital particular de Cuiabá, onde recebeu atendimento. Depois, ela foi até a Central de Flagrantes de Várzea Grande denunciar o crime à Polícia Civil. Ela deve passar por exame de corpo de delito que deverá comprovar as lesões causadas pelos agressões, que ainda não foram identificados.
 
 
Nos últimos dois meses, de acordo com Lilith, 19 travestis já foram vítimas de roubo semelhante. Preocupada com a insegurança delas, ela disse ter procurado o Comando Regional da Polícia Militar de Várzea Grande, que, segundo ela, garantiu maior policiamento na área. "Quando nós pedimos socorro, eles ignoram e fecham o vidro do carro", declarou.
 
 
O presidente da ONG Livremente, Clóvis Arantes, avaliou que a agressão contra Lilith é resultado da falta de políticas públicas voltadas para os homossexuais e da insegurança na região do Zero Quilômetro. "O estado continua não protegendo as pessoas que têm outra orientação sexual diferente da heterossexual".




Fonte: Do G1

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