Em crise com o governo, a Assembleia Legislativa cancelou todas as sessões desta semana. Presidente da mesa diretora, o deputado Romoaldo Júnior (PMDB) alega que a medida foi necessária porque o feriado em comemoração ao Dia da Consciência Negra caiu nesta quarta-feira (20).
“Como o feriado caiu no meio da semana, ficaria complicado para os deputados saírem de suas bases para a sessão de terça, voltar na quarta para a base e retornarem a Cuiabá na quinta”, alega o peemedebista.
Para cumprir com os calendários de votações, a AL terá seis sessões na próxima semana. O esforço será para apreciar os vetos do Executivo. Romoaldo já pondera, no entanto, que para isso, é preciso que haja quorum, o que tem sido difícil de conseguir nos últimos tempos.
A pauta da Casa, todavia, segue sobrestada e apenas os vetos poderão ser apreciados a partir da próxima terça-feira (26). A medida seria um protesto contra o governo, em especial, devido ao não pagamento das emendas parlamentares.
Romoaldo, contudo, nega que haja uma crise. Segundo ele, o que existe é muita “conversa fiada” de quem não quer votar as mensagens do Executivo.
Dilmar Dal Bosco (DEM) contesta e diz que a situação chegou a este ponto porque o governo não estaria cumprindo o que promete aos parlamentares.
O democrata afirma as emendas do ano passado ainda não foram quitadas. Para ele, o Executivo achou um “ganha tempo”. “No ano passado disseram que pagariam as emendas até dezembro, mas não fizeram. Firmaram, então, o compromisso de dar uma ambulância para cada município, mas não deram. Agora, alegam que as emendas não são pagas porque o governo tem quitado a dívida com a saúde dos municípios”, reclama.
Dilmar diz ainda que o governo tem encaminhado mensagens no final do ano que quer fazer “descer goela abaixo”. “A mensagem 65 quer dar total liberdade para o governo mexer no dinheiro dos fundos, mas fiz uma emenda voltando para o limite máximo de 30%”, exemplifica.
José Riva (PSD), por sua vez, diz que o descontentamento de Dilmar é individual e não representa o sentimento geral dos deputados. “O deputado que está descontente tem todo o direito de expor isso. É uma questão específica dele [Dilmar]. Cada um tem que cobrar os compromissos assumidos”, ameniza.