A Assembleia Legislativa realizou, hoje, audiência pública pelo Dia da Consciência Negra, que é comemorado no dia 20 deste mês. O tema deste ano foi "Consciência Negra Além da Pele". Durante o evento, foram expostos aos visitantes roupas africanas, chás e caldos servidos nas comunidades quilombolas de Mato Grosso.
De acordo com a representante da União dos Negros pela Igualdade (Unegro-MT), Carol Costa, existe um descaso das autoridades voltadas às comunidades negras. "Em Mato Grosso não há políticas públicas direcionadas aos negros".
Para Antonieta Luisa Costa, militante do movimento negro, os afrodescendentes são excluídos do mercado de trabalho. A afirmação partiu de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). "Esses números são alarmantes na Região Centro-Oeste. Não queremos espaço de ninguém, mas sim de oportunidades de trabalho. Os negros não podem ficar apenas nos bastidores".
No Estado, segundo Costa, a população de afrodescendentes é de 54%. Mesmo assim, não existe uma política de monitoramento de violência contra as mulheres. "Infelizmente, essas questões são tratadas, apenas, na semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra e depois não se fala mais nisso", afirmou. Em todo o Estado são reconhecidos 16 quilombolas. Entre eles, o mais conhecido é o de Mata Cavalo, localizado no município de Nossa Senhora do Livramento. Em Mato Grosso, a criação do feriado criando o Dia Consciência Negra consta na Lei 7879 de 27 de dezembro de 2002.