Os Estados Unidos destruíram seis toneladas de marfim confiscado, em uma medida que busca indicar que o governo americano não vai tolerar a caça furtiva que ameaça a extinção desses animais e outras espécies no mundo.
Essa destruição foi realizada na quinta-feira (14) pelo Serviço de Pesca e Vida Silvestre (FWS), uma agência do Departamento de Interior dos Estados Unidos, na presença de representantes de vários países africanos e de outras nações, assim como de delegados dos principais grupos de conservação.
"A crescente demanda de marfim motivou um novo e horrível massacre de elefantes na África, ameaçando as populações em todo o continente", disse a secretária do Interior, Sally Jewell.
"Vamos continuar atuando com firmeza junto com o Departamento de Justiça e outras autoridades no mundo para deter e processar os criminosos que se dedicam ao comércio de marfim. Pedimos a outros países que se juntem aos Estados Unidos na destruição do marfim confiscado e combatam este crime contra as populações de vida silvestre", disse.
Os Estados Unidos acumularam marfim durante um período de 25 anos de apreensões em operações contra as redes de tráfico ou pela alfândega norte-americana.
"Os Estados Unidos são parte do problema, porque a maior parte do comércio mundial de animais, assim como de espécies de plantas silvestres, tanto legal como ilegal, é alimentada pela demanda dos consumidores dos Estados Unidos ou passa de nossos portos a outros países", explicou Dash Ashe, diretor do FWS.
"Portanto, também devemos ser parte da solução", acrescentou.
"Uma demanda similar de marfim de elefante no passado provocou uma forte redução no número desses animais, sobretudo nos anos 1970 e 1980", lembrou Ashe.
"Apesar de muitas populações de elefantes terem mostrado sinais de recuperação por meio de uma proteção maior na década de 1990, o aumento da demanda mundial de marfim nos últimos dez anos apagou as conquistas duramente obtidas", disse o funcionário federal.
Durante a última década, estima-se que 11 mil elefantes foram abatidos apenas no Parque Nacional Minkébé no Gabão.
Durante esse período, a população total de elefantes caiu 62% em toda a África Central.