A taxa de desmatamento da Amazônia Legal aumentou 28% entre agosto de 2012 e julho de 2013 em relação aos 12 meses anteriores a esse período, após ter caído durante quatro anos consecutivos.
Durante o período medido, foram desmatados 5.843 quilômetros quadrados de árvores frente aos 4.571 quilômetros quadrados do ciclo anterior, segundo os dados preliminares do Projeto de Monitoração de Floresta Amazônica por Satélite realizado Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em contraposição com os dados deste ano, no final de 2012 o Ministério do Meio Ambiente tinha anunciado a menor taxa de desmatamento registrada desde o início da série histórica, em 1988.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, negou que o aumento do desmatamento no Brasil esteja relacionado com uma "restrição" dos recursos por parte do governo e apontou como causa um aumento dos crimes ambientais.
"É inaceitável que se produza um aumento do desmatamento no Brasil baseado na ilegalidade", declarou hoje a ministra em entrevista coletiva.
Os estados mais afetados foram Pará e Mato Grosso, que experimentaram um aumento do desmatamento de 37% e 52%, respectivamente, enquanto se reduziu nos estados de Amapá (-59%), Acre (-35%) e Tocantins (-17%).
Para o coordenador da Campanha Amazônica do Greenpeace, Namarcio Astrini, os resultados divulgados hoje "confirmam que os desmatadores perderam o medo de serem detectados" pelos satélites.
"A explicação é que o governo brasileiro entrou em um perigoso jogo de aliança com legisladores que representam os desmatadores no Congresso", declarou à Agência Efe.
Segundo sua opinião, os dados são também consequência do novo Código Florestal, que prevê uma "anistia" para os produtores que ocuparam áreas de preservação até julho de 2008.
A apresentação dos dados coincide com a Conferência das Partes de Mudanças Climáticas (COP19), que será realizada em Varsóvia até o dia 22 de novembro, e que tem entre seus objetivos ampliar a discussão sobre as selvas.
Em seu plano contra a mudança climática, o Brasil se comprometeu voluntariamente a reduzir o desmatamento da Amazônia até 2020 em 80% em relação ao número de 1990, o que representa uma meta de destruição anual de 3.925 quilômetros quadrados.