O vereador e presidente da CPI da CAB, Renivaldo Nascimento (PDT), afirmou nesta quarta-feira (13) que a concessionária de água e esgotamento sanitário tem faturado cerca de R$ 15 milhões por mês.
O valor, segundo o parlamentar, é pelo menos 69% a mais do que o último faturamento da extinta Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), em 2010, antes da concessão à CAB Ambiental, iniciada em abril 2012.
“Em 2009, a Sanecap faturou R$ 93 milhões. Em 2010, o faturamento previsto chegava a R$ 106 milhões. Com a CAB, a estimativa subiu para R$ 180 milhões neste ano. E não sou eu quem está dizendo, todos esses valores constam no Plano Municipal de Saneamento Básico de 2011”, disse o vereador.
Na contramão do que a empresa privada tem faturado, para Nascimento, os serviços só pioraram.
“Até agora, só estamos vendo arrecadações por parte da CAB e nada do contrato firmado com a Prefeitura sendo cumprido. Não é preciso ser expert no assunto para entender que em todas as regiões faltam água e, em alguns casos, quando ela vem, vem sem qualidade”, afirmou.
“As pesquisas feitas pela Amaes [Agência Municipal de Água e Esgotamento Sanitário da Capital] e pela prefeitura, afirmando que os serviços melhoraram, é uma tremenda piada. E sem graça”, completou.
De acordo com o vereador, desde o início da CPI, documentos exigindo, tanto da CAB como da Amaes, valores de investimento e faturamento foram solicitados. Ambas, no entanto, estariam encaminhando dados considerados genéricos.
“Elas entregaram no prazo alguns documentos, porém nenhum além da propaganda que passa na TV e que não nos interessa. Ainda nesta semana, estamos pedindo, novamente, faturamento, investimento, inventário de todo o ativo transferido à CAB pela Sanecap e não tenha dúvidas, de que vamos fazer uma auditoria na empresa”.
Ao MidiaNews, o parlamentar também garantiu que na próxima semana as oitivas com a parte acusatória, formada principalmente por moradores de regiões onde a falta de água é mais grave, deve ter início.
“Depois de ouvi-los, a segunda parte será com o presidente da CAB, Ítalo Joffily, a presidente da Amaes, Karla Lavratti, e responsáveis da prefeitura de Cuiabá, que deveria atuar na fiscalização dos serviços e parece que não tem o feito”, disse.
Outro lado
Ao site, por meio de sua assessoria, a CAB Ambiental afirmou que não comentará sobre as denúncias do vereador Renivaldo Nascimento (PDT).