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Agronegócios
Sábado - 09 de Novembro de 2013 às 14:28

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O milho de verão, semeado no segundo semestre, nesta safra 2013/14 terá a menor área da série histórica dos levantamentos realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dados da segunda estimativa de safra, divulgados hoje pela Conab, mostram que a área de milho de verão deve ficar em torno de 6,499 milhões hectares, com uma perda de 325 mil hectares (-4,8%) em relação aos 6,824 milhões de hectares cultivados na safra passada.


 
Em contrapartida, o plantio da soja deve aumentar em 1,402 milhão de hectares (+5,1%), passando de 27,736 milhões de hectares para 29,138 milhão de hectares. Os cálculos consideram as médias das projeções de área de soja e milho de verão do segundo levantamento da Conab.


 
As estimativas da Conab mostram a consolidação da tendência de expansão do cultivo do milho de segunda safra, semeado entre janeiro e março. Chamado até a década passada de "safrinha", o cereal colhido na segunda safra nos últimos dez anos aumentou sua participação na produção total de milho de 25% para 58%. O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, lembrou que a concentração da produção de milho na segunda safra é preocupante, por causa vulnerabilidade da cultura às adversidades climáticas, como estiagem no Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul.


 
A maior redução de área de milho de verão deve ocorrer no Paraná. A projeção é perda de 175,7 mil hectares (para 702,5 mil hectares), onde a soja deve avançar 166,3 mil hectares (para 4,919 milhões de hectares) e o feijão 20 mil hectares (para 230,2 mil hectares). O segundo recuo mais expressivo é previsto para Goiás, com redução de 91,6 mil hectares no milho de verão (para 315,6 mil hectares), enquanto a soja deve ganhar mais 166,3 mil hectares (para 4,919 milhões de hectares). Para Minas Gerais é esperada uma retração de 63,2 mil hectares no plantio de milho de verão (para 1,086 milhão de hectares), enquanto o plantio da soja deve crescer 72,9 mil hectares (para 1,194 milhão de hectares).


 
Em relação ao milho de segunda safra, como ainda faltam dois meses para o início do plantio, a Conab mantém as projeções do ano passado. Sílvio Porto afirmou que o governo está preocupado com os comentários sobre a possibilidade de parte da área de milho em Mato Grosso ser substituída pelo cultivo de uma segunda safra de soja. Ele alerta para o risco da incidência de pragas e doenças, como a lagarta Helicoverpa armigera e a ferrugem, as principais ameaças às lavouras. "É tema sério e caro, que não pode ficar sujeito à decisão de mercado e da iniciativa privada", diz o diretor da Conab, que aponta como alternativas de controle a antecipação do vazio da soja ou mesmo proibição do plantio sucessivo da soja.


 
Na avaliação de Sílvio Porto, mesmo com a uma possível redução na produção de milho de segunda safra em Mato Grosso, por causa da queda de preços e perspectiva de baixa remuneração, não existe risco de desabastecimento no próximo ano. Mato Grosso neste ano colheu uma safra recorde de 20 milhões de toneladas de milho, que corresponde a 25% da produção nacional. Porto observa que o governo tem um estoque de passagem expressivo, estimado em 13,696 milhões de toneladas. "Teremos milho na mão do governo e do setor privado, que permitirá o abastecimento tranquilo. As mudanças virão em 2015 e não no próximo ano", prevê o diretor.


 
As projeções da Conab de exportação de 21 milhões de toneladas de milho neste ano e 18 milhões de toneladas em 2014 ainda não levam em conta o possível aumento das exportações para a China, cujo governo assinou um acordo para liberar as compras do cereal brasileiro. Sílvio Porto diz que as projeções consideram os contratos fechados neste ano. Em relação à China, ele informa que é preciso relativizar porque, embora estejam crescendo, as importações chinesas de 3 milhões de toneladas de milho ainda não são expressivas em relação ao mercado mundial. Porto explica que os chineses sinalizam com a possível compra de 10 milhões de toneladas na perspectiva de uma década.





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