A estudante I.C.M., de 18 anos, foi presa acusada de tentar fraudar o vestibular de medicina da Univag, em Várzea Grande, realizado na tarde desta quarta-feira.
Fiscais encontraram com um ela um ponto eletrônico, pelo qual recebia as respostas das questões.
Aos policiais da Central de Flagrantes, a estudante confessou que pagou R$ 30 mil para obter as respostas.
O esquema foi montado em Betim (MG), onde ela reside e fez o cursinho preparatório.
Segundo os policiais, a tentativa de fraude foi descoberta por volta as 17 horas, cerca de duas horas após o início das provas.
Um fiscal desconfiou da jovem, que estaria "um pouco nervosa" e, ao se aproximar, percebeu que ela estava com o equipamento eletrônico, cujo uso no texto seletivo é proibido.
“Então, a levei até o ambulatório, onde uma enfermeira de plantão retirou o ponto eletrônico do ouvido dela e também o restante do equipamento no corpo”, explicou um dos fiscais.
De lá, a estudante foi levada para a Central de Flagrantes de Várzea Grande, onde foi autuada pelo crime de fraude em certame de interesse público.
O esquema
I.C.M. disse disse aos policiais que veio com uma amiga de Betim e as duas vieram só para fazer o vestibular. Ela concorria a uma das 60 vagas para o próximo ano letivo.
“Foi uma colega do cursinho que me indicou o esquema. Foi tudo feito por lá mesmo”, explicou.
Ela disse ainda que recebeu o equipamento, horas antes, de uma pessoa com a qual se encontrou num shopping de Cuiabá.
A estudante explicou que ganharia um carro, caso passasse no vestibular. Durante a prova, no entanto, ela ficou nervosa, chamando a atenção dos fiscais.
A estudante garantiu que não tinha mais detalhes sobre quem estava por trás do esquema e se mais alguém estaria usando o ponto eletrônico no vestibular.
Policiais plantonistas acreditam que mais pessoas estariam no esquema, mas só a estudante é que foi flagrada na tentativa de fraude.
“Um esquema desse não é feito só para atender a uma pessoa. No mínimo, umas 10 ou 20. Um número significativo, pois é arriscado”, explicou um policial.
O crime é afiançável e recente, tendo sido regulamentado em 2011. Antes, a pessoa era indiciada por estelionato.
A estudante pagou fiança e vai responder pelo crime em liberdade.