O Tribunal de Justiça transformou em prisão domiciliar a prisão preventiva do delegado João Bosco de Barros e da sua esposa, a agente Gláucia Alt.
Ambos foram acusados, durante a Operação Abadom, de envolvimento com quadrilhas especializadas no tráfico de drogas.
A decisão foi proferida no início da tarde desta quarta-feira (6), após o desembargador Pedro Sakamoto receber o voto de outros dois desembargadores. Com isso, o delegado sai da prisão especial na Gerência de Operações Especiais (GOE) e vai para casa.
Na mesma decisão, o desembargador revogou as prisões quatro policiais civis envolvidos na operação. Estão livres os policiais Márcio Severo Arrial, Leonel Constantino de Arruda, Cláudio Roberto da Costa e George Fontoura Filgueiras. Eles vão responder ao processo em liberdade.
Os advogados Anilton Rodrigues e Neyman Monteiro, que defendem os policiais Cláudio Roberto e Márcio Severo, respectivamente, destacaram que “a Justiça foi feita", pois os policiais possuem os requisitos autorizadores da liberdade.
Eles lembraram que o ordenamento jurídico estabelece que só se considera culpado qualquer cidadão após ter a sentença transitado em julgado.
Conforme Neyman, a presunção da inocência de qualquer pessoa é garantida pela Constituição Federal. “Por isso, nossos clientes tem o direito de responder em liberdade”, afirmou.
O delegado Bosco estava preso desde o dia 21 de setembro, quando se entregou na Gerência de Policia Interestadual (Polinter), após aguardar, durante 15 dias, o julgamento de um habeas corpus em Brasília. O delegado negou a participação no esquema de tráfico de entorpecentes.
A Operação Abadom foi deflagrada no dia 27 de junho desta ano e resultou na prisão de 15 suspeitos.
Na ocasião, somente o delegado e a sua mulher haviam sido presos. Os outros quatros foram indiciados durante as investigações.
Os policiais foram autuados também por corrupção e concussão, além de extorsão.
Do total de presos, quatro já estavam atrás das grades da Penitenciária Central do Estado, no bairro Paschoal Ramos, em Cuiabá.
De dentro da prisão, eles enviavam ordens por telefone celular para as ações criminosas ligadas ao tráfico.