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Agronegócios
Quarta - 06 de Novembro de 2013 às 10:50

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A conquista de novos mercados a partir da retirada de barreiras sanitárias e tarifárias incidentes sobre as exportações brasileiras de arroz foi o principal assunto discutido nesta terça, dia 5, pelos representantes do setor na reunião da câmara setorial vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O encontro contou com a participação de representantes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), do Ministério das Relações Exteriores e da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
 
 
O presidente da Câmara Setorial do Arroz, Francisco Lineu Schardong, ressaltou que as exportações de arroz são importantes para manter o equilíbrio dos preços no mercado interno, uma vez que tradicionalmente o Brasil importa o cereal dos seus parceiros do Mercosul, onde os custos de produção são mais baixos por conta das vantagens tributárias. Atualmente, o país produz cerca de 11 milhões de toneladas, mas pouco mais de um milhão é vendida para outros países. O alto custo de produção é apontado como uma das causas. A diferença entre o que se gasta para produzir e o que se ganha com a saca do cereal é de pouco mais de R$ 1.


 
Representantes do setor e membros do governo federal identificaram quais são os gargalos que tem limitado as exportações e a abertura de novos mercados, como o México, Peru e a Nigéria. De acordo com Schardong, atualmente, apenas 10% do arroz produzido no Brasil é vendido a 55 países.


 
– São gargalos fitossanitários, tarifários, impostos, problemas de cabotagem, são muitos problemas. A cadeia produtiva ainda não tinha o conhecimento necessário. A partir desta reunião, nós vamos buscar o melhor entendimento, pois não podemos é perder mercado externo – disse Schardong.


 
O diretor de Assuntos Comerciais da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa, explica que o mercado mundial de arroz é relativamente pequeno, porque os grandes produtores são também os maiores consumidores, como Índia, Tailândia e Vietnã. Os dados USDA mostram que a produção mundial de arroz é de 477 milhões de toneladas e o comércio mundial gira em torno de 39 milhões de toneladas.


 
Segundo o Mapa, o setor tem potencial de crescimento no mercado internacional. Mas, para isso, é preciso reduzir o custo de produção brasileiro que, atualmente, é maior do que o argentino e o uruguaio. O custo de produção na argentina, por exemplo, é de US$ 900 por hectares. No Brasil, esse valor é de US$ 2 mil dólares. A saca de 50 quilos de arroz, que custa em média R$ 32,20 para produzir, é vendida a R$ 33,70.


 
– Os gaúchos e os catarinenses reclamam que tem um custo maior de transporte, de impostos, de carga tributária, chamado custo brasil. E do lado uruguaio o custo é menor – salienta Rosa.


 
– Um trator que a gente paga no Brasil R$ 100 mil, no Uruguai sai por R$ 70 mil. Nós somos o único país no mundo que tributa no custo de produção. Quando vamos plantar a lavoura já é tributado. É difícil fazer concorrência com o produto argentino – destaca Schardong.


 
Rosa afirmou que a expectativa é que o Brasil se firme no mercado internacional como fornecedor de arroz processado, parboilizado, pré-cozido, que é um mercado mais interessante, com maior valor agregado.





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