O número de casos de tuberculose continua subindo nos presídios e penitenciárias mato-grossenses. Este ano, somente na Penitenciária Central (PCE), a maior do estado, sediada em Cuiabá, já foram diagnosticadas 147 novas ocorrências da doença entre presos no período de janeiro a 30 de outubro, conforme a Vigilância Epidemiológica Municipal, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Metade (71) foi confirmada nos meses de agosto e setembro, maior pico das notificações. Faltando dois meses para encerrar o ano, a PCE já contabiliza quase o dobro das notificações de 2012. No ano passado inteiro foram registrados 79 casos novos, aponta a estatística oficial da Vigilância.
Nessa penitenciária - com 7,17% da população infectada por tuberculose, num total de 2.050 detentos -, a doença atinge o dobro do índice máximo considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), abaixo de 3%.
A situação no Centro de Ressocialização do Carumbé (CRC) não é diferente. Nessa unidade prisional os índices de 2013 também são preocupantes, especialmente se forem comparados às notificações do ano anterior.
Em 2013, oficialmente, com notificação na Vigilância Epidemiológica, já ocorrem 40 novos casos. O ano de 2012, segundo a vigilância, fechou com 18 diagnósticos no presídio do Carumbé.
Em Cuiabá, a única unidade prisional que registrou queda nas notificações foi a Penitenciária Feminina. De 26 ocorridos em 2012, caiu para cinco, aponta o relatório preliminar deste ano.
A enfermeira Simone Escudero, técnica responsável pela Divisão de Tuberculose na Vigilância Epidemiológica, diz que não é possível saber quantos servidores e funcionários das unidades prisionais contraíram a doença em consequência do contato com reeducandos.
Simone observa que não há monitoramento específico porque esses pacientes fazem tratamento nas unidades comuns da saúde, geralmente a mais próxima de suas residências. Ao contrário dos detentos, que são tratados dentro dos presídios.
Em todo o município de Cuiabá, informa a técnica, foram notificados 587 casos de tuberculose, número similar ao de 2011 (ano inteiro) e superior ao de 2011. Nesses dois anos aconteceram 1.040 casos, sendo 452 em 2011 e 588 no ano seguinte (2012).
No caso dos presídios, explica Simone Escudero, o pico de diagnóstico foram os meses em que as ações de busca ativa foram intensificadas. Entretanto, avalia ela, mais ou menos casos não quer dizer que a doença está sob ou fugiu ao controle.
O mais importante, diz, é a maneira como os casos estão sendo monitorado para saber se o tratamento prosseguiu até a cura ou se encerrou antes. Se o paciente respeitar os seis meses padronizados evoluirá para a cura. E ainda, duas semanas após a introdução dos medicamentos o ciclo de transmissão é interrompido.