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Polícia Brasil
Segunda - 04 de Novembro de 2013 às 09:51

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Montagem/Reprodução
Isabela Pavani e Victor Deppman: amigos, mortos com tiros na cabeça, com um intervalo de seis meses em SP
Isabela Pavani e Victor Deppman: amigos, mortos com tiros na cabeça, com um intervalo de seis meses em SP
O pai da estudante universitária Isabela Pavani Castilho Cruz, de 18 anos, enterrada neste domingo (3) após morrer em razão de um tiro na cabeça na rodovia Presidente Dutra, recebeu um conselho seis meses antes do crime, vindo de outro pai, de outro universitário assassinado na zona leste de São Paulo. José Valdir Deppman, pai de Victor Hugo Deppman, pediu para que todos “cuidassem dos seus filhos”.


 
O encontro entre o pai de Isabela e José Valdir se deu em abril deste ano, dias depois de Victor, de 19 anos, ter sido morto na frente de casa, durante um assalto. Mesmo entregando o celular aos criminosos, o universitário, que era amigo de Isabela Pavani, acabou sendo morto com um tiro na cabeça. O pai dele relembra a conversa que teve, seis meses antes de ver outro passar pelo mesmo sofrimento.


 
— Todos os pais que vieram conversar comigo naquele dia. Eu pedi para eles tomarem cuidado com seus filhos. Foi esse o conselho que eu dei pra todos que eu abracei, inclusive pro pai da Isabela.


 
A universitária foi baleada na noite da última terça-feira (29), quando o carro blindado que dirigia foi atingido por outro veículo. Ao parar para ver o que havia acontecido, Isabela se deparou com três homens que desceram do outro carro. Em segundos, a estudante foi baleada e os bandidos fugiram em seguida. Com a bala alojada no cérebro, ela ficou internada em estado gravíssimo por três dias, mas a morte cerebral foi confirmada pelos médicos no sábado (2). A família decidiu pela doação dos órgãos da universitária.


 
A divulgação do caso fez José Valdir procurar a família de Isabela.


 
— Infelizmente, na terça-feira eu fui dar uma palavra de consolo pra eles. A primeira coisa que ele (pai de Isabela) falou (foi): você me avisou o que eu devia fazer.


 
Isabela e Victor se conheciam desde que eram pequenos e continuavam amigos. A universitária morava em Arujá, no mesmo condomínio em que vivem os avós de Victor. Foi assim que eles ficaram próximos. Após a morte do estudante na zona leste da capital, em abril, Isabela participou de protestos pedindo Justiça ao amigo e chegou até a produzir as camisetas utilizadas durante as manifestações.


 
Para amigos da família de Isabela, os tiros na cabeça de jovens no Brasil foram “banalizados”. Para o pai de Victor Deppman, o problema vai além disso e é mais grave.


 
— Eles (bandidos) não querem só roubar o bem material. Parece que eles querem matar o sonho (também), aquele carro da Isabela (era) bonito, o celular que nem era grande coisa do Victor. Parece que querem o bem material e falam “vou tirar a vida desse cara porque ele tem o que não posso ter”.





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