Setor médico interditado, oficina para elaboração de próteses e órteses fechada há 5 meses e piscina para pacientes em fisioterapia bloqueada devido problemas de aquecimento. Estas são algumas das dificuldades enfrentadas diariamente pelos servidores, profissionais e pacientes do Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Corrêa (Cridac), em Cuiabá.
Devido ao caos vivenciado, alguns trabalhadores chegam a citar a possibilidade de fechamento do local, caso melhorias não sejam apresentadas com urgência. Além dos problemas físicos, a unidade que é referência para o Estado, também não conta com alvarás de funcionamento, incêndio e pânico, por exemplo.
Pelo menos mil pacientes de Mato Grosso e até de outros estados realizam tratamento médico no espaço. A situação do Cridac da Capital foi apresentada aos membros do Sindicato dos Servidores da Saúde e Meio Ambiente (Sisma). Além das dificuldades estruturais, os profissionais que atuam na unidade também relataram a compra de materiais de uso cotidiano, mas de qualidade inferior à necessária. Segundo a fisioterapeuta Wilma da Silva Costa, que há 24 anos trabalha no Centro, uma das remessas de gesso adquiridas pelo Estado precisou ser jogada fora, pois quando utilizada não secava.
“As cadeiras de rodas dadas aos pacientes também estão com problemas. Devido à baixa qualidade dos equipamentos, as rodinhas acabam quebrando com facilidade e o usuário não tem o direito de solicitar outra, já que o mesmo só pode receber uma cadeira nova a cada 2 anos. No caso da piscina, não pode ser usada. Pacientes que têm artrose e artrite, que sentem muita dor e só conseguem fazer exercícios de fisioterapia na água, estão sem realizar o tratamento”.
Devido à mudança de local, o setor médico, que antes funcionava em uma ala específica, passou a ocupar o espaço da nutrição e fonoaudiologia. “Cada dia o atendimento é feito em um espaço. Há semanas em que precisamos atender pacientes na recepção do Cridac”, informou a nutricionista Ana Paula Martinez Godoy.
A mudança de espaço se deu após uma forte chuva registrada esse ano. “Após o temporal, o telhado do setor foi atingido. Desde então, os médicos se negaram a continuar atendendo os pacientes lá”, diz Wilma Costa.
O Cridac foi criado em 1976 e realiza atendimentos médicos, psicológicos e sociais às pessoas com deficiência.