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Sexta - 01 de Novembro de 2013 às 23:55

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Empresas incluíram o salário dos cobradores nos custos, mesmo sem ter o profissional nos ônibus
Empresas incluíram o salário dos cobradores nos custos, mesmo sem ter o profissional nos ônibus

Os usuários do transporte coletivo de Cuiabá estão pagando R$ 0,22 a mais na tarifa. É o que aponta um estudo realizado pelo Ministério Público do Estado (MPE), que avaliou as planilhas de custo das empresas de ônibus. Conforme o relatório, a passagem devia custar R$ 2,63 e não R$ 2,85, como é praticado desde janeiro de 2013.

Uma estimativa da Associação Mato-grossense de Transportadores Urbanos (MTU) aponta que 330 mil pessoas usam os coletivos por dia. Significa dizer que os usuários pagam no mínimo R$ 72,6 mil a mais por dia pelo serviço.

Pode-se concluir ainda que um trabalhador que gasta duas passagens por dia e usa o transporte cinco dias por semana, excluindo finais de semana e feriados, pagou indevidamente de janeiro até ontem R$ 91,96.

Com o dinheiro, seria possível comprar cerca de 30 caixas de leite ou 23 pacotes de feijão.

De acordo com o promotor de Justiça e membro da Comissão do Transporte, Ezequiel Borges, o preço pago pelos insumos foi adequado a realidade do momento, uma vez que todos os itens que compõe a planilha impactam no valor final.

Além disso, o MP encontrou inúmeras inconformidades no cálculo tarifário de 2012. O resultado das diferenças está refletido no valor real da tarifa que deveria estar sendo aplicada neste momento.

Foi detectada divergências nos índices relacionados aos seguintes itens da planilha: combustível-rodagem, veículo/frota operante, benefícios salariais, passageiros transportados e IPKe, custo da capital (depreciação/remuneração), tributos e taxas de outorga.

Constava na planilha apresentada pelos empresários o valor gasto com 623 cobradores de ônibus, mas na época do aumento não havia mais nenhum cobrador trabalhando dentro dos ônibus.

O relatório do MP foi apresentado para o prefeito Mauro Mendes e conforme a assessoria da prefeitura, será encaminhado para as empresas de ônibus, que terão cinco dias para analisar e justificar as irregularidades encontradas.

Para solucionar o dano à população, o MP sugeriu que não haja aumento no transporte coletivo neste final de ano, como sempre ocorre. O último aumento da tarifa do transporte público de Cuiabá aconteceu em dezembro de 2012.

O reajuste é estabelecido após o Conselho Municipal de Transportes analisar as planilhas entregues pelas empresas de ônibus. Depois do estudo, o grupo estipula um valor, que pode ser homologado ou não pelo prefeito.

A MTU informou, por meio de nota oficial, que não foi notificada e que vai se pronunciar após analisar o relatório.
 






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