Com foco no movimento mundial Outubro Rosa, estudantes e professoras de Enfermagem e Letras do campus da Unemat de Tangará da Serra realizaram no último dia 30 ações de promoção de saúde no Centro de Detenção Feminino da cidade. A atividade é uma iniciativa do projeto de extensão “Radiando Comunicação: relações de gênero em pauta e na práxis”, que por todo o mês de outubro executou programações para chamar a atenção da sociedade ao câncer de mama e à autoestima da mulher.
As integrantes do projeto, coordenado pela professora Marinês Rosa, prepararam o local das palestras com laços e balões rosas. “Foi um contraste com o lugar sem cor e o amarelo do uniforme das detentas”, observa. As estudantes abordaram assuntos como câncer de mama, métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis. O público interagiu com as palestrantes, mediante perguntas sobre o aparecimento de caroços nos seios, por exemplo. A professora de Enfermagem Vanessa Malacrida foi a responsável pelo trabalho de preparação das estudantes para a realização da palestra. Na segunda parte da programação, duas detentas receberam limpeza de pele e foram maquiadas por uma consultora de beleza voluntária.
Ao todo, 40 detentas participaram da atividade com as oito estudantes da Unemat, acompanhadas por duas professoras responsáveis pelo projeto. Marinês sublinhou que nenhuma das alunas havia estado num presídio antes e pôde perceber “os olhos delas atentos a tudo e, sobretudo, o sentimento de respeito e ciência do lugar em que estávamos”.
O projeto, elaborado para o Outubro Rosa, faz parte do Grupo de Pesquisa “Relações de gêneros, gerações e sexualidades”, que tem nas mulheres que cumprem pena em Tangará da Serra um de seus públicos de atuação. A próxima atividade será a realização de entrevistas para serem relatadas em formato de livro, e caso haja autorização, em documentário sobre as histórias de vida das detentas. “Foi mais um dia de aprendizado, troca de conhecimentos e certeza da necessidade e urgência de nossas ações em um lugar tão estigmatizado como o Centro de Detenção. Muito há a se fazer”, concluiu Marinês.