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Quinta - 31 de Outubro de 2013 às 19:48

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O processo histórico pelo qual o país tem passado nas últimas três décadas e sua relação com os anos da Proclamação da República, foram temas discutidos pelo premiado jornalista e escritor Laurentino Gomes na palestra em comemoração aos 60 anos do Tribunal de Contas de Mato Grosso. Para ele, movimentos sociais da década de 1980, como o “Diretas Já!”, são marcos da ruptura política e do que chamou de “nova Proclamação da República”. “O Brasil, por meio de plebiscito, escolheu a República como modelo de Estado a qual ainda está em construção, pois é a primeira vez que temos um período mais longo de democracia, esses últimos 30 anos”, afirmou. O evento ocorreu na Escola Superior de Contas na tarde desta quarta-feira e teve a presença de mais de 350 pessoas.

Durante a palestra, Laurentino falou sobre a sua trilogia, os livros 1808, 1822 e o recém-lançado 1889 abrangendo o período que vai desde a chegada da família real ao Brasil até a Proclamação da República. O palestrante foi além de uma “retrospectiva” de fatos passados e propôs expandir o olhar imediatista utilizando a ótica da história, a fim de melhor compreender as características que marcam as instituições de Estado da República recente.

A ideia, segundo o palestrante, é integrar as dimensões históricas, sem cair em anacronismos, ou seja, sem olhar para o passado em desacordo com os usos e costumes da época e fazendo as devidas conexões com a histórica recente. O final da década de 1980 foi marcado pelo movimento “Diretas Já” e consolidou a primeira ruptura histórica e a inauguração da República Democrática. Nesse sentido, o presidente do TCE-MT, José Carlos Novelli, afirmou que “o Tribunal de Contas de Mato Grosso está consolidando seu papel como instituição republicana, pois se hoje somos referência nacional em controle externo, é pelo comprometimento com o este novo momento”.

O jornalista e escritor paranaense Laurentino Gomes lançou recentemente o livro "1889 – Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil". A obra trata da Proclamação da República e fecha uma trilogia iniciada com "1808", sobre a fuga da corte portuguesa de Dom João VI para Rio de Janeiro, e continuada com "1822", sobre a Independência do Brasil.

Ao falar sobre a saída da família real de Portugal para o Brasil, Laurentino apontou que uma das dificuldades foi transpor instituições da Europa para cá, sem adaptar à realidade local. “Este é um equívoco que se vê ainda hoje em algumas ações de governo, como a promoção de políticas públicas que não consideram as demandas locais”, finalizou.

Laurentino Gomes nasceu em Maringá (PR), é autor dos livros 1808 sobre a fuga da corte portuguesa de Dom João para o Rio de Janeiro, e 1822, sobre a Independência do Brasil. Ganhou quatro vezes o Prêmio Jabuti, o mais prestigiado da literatura brasileira – dois na categoria Melhor Livro Reportagem e dois como Livro do Ano de Não-Ficção. Sua obra também foi eleita o Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo, é membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Paranaense de Letras.






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