O governador Silval Barbosa (PMDB) rebateu as criticas de políticos da oposição sobre um possível rombo que sua gestão deixaria nas contas do Estado. O pronunciamento foi feito durante a inauguração da primeira obra visando a Copa de 2014 (ver na página B4), oportunidade na qual o peemedebista aproveitou para reafirmar que todos os empreendimentos serão concluídos antes do Mundial.
Visivelmente contente, já que só depois de três anos conseguiu inaugurar a primeira obra feita para o evento, Silval afirmou que nunca deu atenção às críticas, que classificou como pessimismo.
O governador contestou as afirmações sobre a má situação financeira do Estado e lembrou que, quando o então governador Blairo Maggi (PR) assumiu o governo, a dívida com a União representava o dobro da Receita Corrente Líquida (RCL) de Mato Grosso. Por esse motivo, o republicano foi impedido de contrair novos empréstimos. Só o fez já no fim do segundo mandato.
Segundo Silval, hoje a situação é bem diferente. Garante que como a dívida atual corresponde a 50% (RCL), a possibilidade de quitação é maior. Isso porque o débito foi reestruturado em 2011.
Conforme dados da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), a dívida atual do Estado com a União é de R$ 4,54 bilhões, valor que deve atingir a marca dos R$ 7 bilhões quando o peemedebista deixar o Palácio Paiaguás.
Apesar disso, o próximo governador só pagará R$ 2,69 bilhões, 37% a menos do que será pago por Silval até o fim de seu mandato.
No primeiro ano do novo governo (2015), a parcela da dívida será de R$ 680 milhões. Em 2016, a projeção é de R$ 675 milhões e, no ano seguinte (2017), R$ 673 milhões. No último ano de mandato (2018) serão R$ 663 milhões. Todos os valores são menores que os pagos anualmente pelo peemedebista.
Os números se devem ao fato de que boa parte das dívidas contraídas por Silval - para realização de obras visando a Copa de 2014, por exemplo – têm carência de até oito anos para começarem a ser pagas.
RELATÓRIO – A oposição, no entanto, prepara um relatório com os números da dívida do Estado. Segundo o deputado Nilson Leitão (PSDB), o valor chega a quase R$ 10 bilhões.
Os dados devem ser apresentados em um seminário planejado pelos partidos que fazem oposição ao governo. Na ocasião, eles também devem declarar apoio à candidatura do senador Pedro Taques (PDT) ao Palácio Paiaguás. Ainda não há uma data prevista, mas Leitão, coordenador do evento, diz que a previsão é a primeira quinzena de novembro. (TA)