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Terça - 29 de Outubro de 2013 às 20:37

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Assentados do distrito Medalha Milagrosa, de Aripuanã, a 976 km de Cuiabá, bloqueiam desde a manhã desta terça-feira (29) as rodovias estaduais MT-208 e MT-183, que dão acesso ao município. Cerca de 200 manifestantes, conforme estimativa da Polícia Militar, pedem a regularização fundiária da área e a melhoria das pontes nas estradas da região. O protesto ocorre por tempo indeterminado.

Famílias inteiras invadiram as rodovias, segundo a PM, por volta das 6h. Veículos e cavaletes foram usados na pista para impedir a passagem. Só ambulâncias estão com acesso liberado. Com a estrada fechada, o único acesso a Aripuanã é pelo município de Colniza, a 110 km dali, por meio da rodovia MT-418.

“Neste momento, só tem esse caminho para vir para cá. O resto está fechado. E não sabemos quando que eles vão liberar o tráfego”, informou o soldado PM Valdir Bortoluzzi, que esteve na MT-208 durante a tarde.

A Polícia Civil também acompanha a movimentação e informou que, até o início desta noite, não havia sido registrado nenhum conflito. “Eles estão acampados desde a manhã e inibindo o acesso de carros. Mas, o protesto está sendo bem pacífico, sem confusão nem nada”, disse o delegado de Albertino Félix de Brito Júnior.

O prefeito de Aripuanã, Ednilson Luiz Faitta (PMDB) confirmou o fechamento dos principais acessos da cidade. Por telefone, ele informou à reportagem que também já se reuniu com os manifestantes por volta das 12h na tentativa de suspender o bloqueio nas rodovias.

Faitta explicou que o assentamento Medalha Milagrosa tem 27 mil hectares e abriga hoje cerca de 400 famílias. A comunidade tem sido prejudicada pela péssima qualidade das pontes nas estradas da região, o que impede o escoamento da produção agropecuária e o deslocamento das pessoas.

Na MT-208, lembrou o prefeito, já há previsão de licitação por meio do programa Mato Grosso Integrado, do governo estadual, para a construção de pontes. Já na MT-183, a licitação foi feita, mas a ordem de serviço ainda não foi dada. Os assentados, afirmou, exigem que as obras sejam feitas em caráter de urgência porque as estruturas disponíves já estão entrando em colapso e podem isolar a região posteriormente por força das próximas chuvas.

“Se não avançar, as chuvas podem levar. Elas já estão ruins e podem cair a qualquer momento”, alertou o prefeito a respeito das pontes. Ele está tentando intermediar a conversa dos assentados com o estado e com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), instituição da qual cobram a regularização definitiva do assentamento.

O prefeito se comprometeu a providenciar uma negociação com a presença de representantes da autarquia e do governo estadual com os assentados, bem como reunir-se mais uma vez ainda nesta terça-feira com os manifestantes nas rodovias para tentar encerrar os bloqueios.

Operação do Ibama
O protesto está prejudicando a Operação Onda Verde, realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) desde o início do ano na região, diz Ana Angélica Albarce, que coordena as ações em Juína e Aripuanã. Segundo ela, as atividades de fiscalização no desmate de madeira ilegal estão comprometidas, já que as entradas principais para Aripuanã estão bloqueadas.

Ana Angélica explica que na região há um grande número de áreas sem registros. "Os assentados querem os documentos para responderem pela propriedade, encontrando irregularidades ou não. Além disso, reclamam da falta de infraestrutura logística na região".

Para Ana Angélica, a operação é fundamental para a preservação da Amazônia. "Estamos cumprindo metas e precisamos mostrar os resultados", destaca.

No início de outubro, 4 mil metros cúbicos de madeira ilegal foram apreendidas durante a Onda Verde no distrito de Conselvan, em Aripuanã. Conforme o Ibama, em apenas três dias as equipes localizaram mais de 1,5 mil toras e mais de 100 pacotes de madeira serrada, distribuídas em 17 diferentes pontos.

Aripuanã está entre os 41 municípios brasileiros com maiores índices de desmatamento na Amazônia, conforme informou o Ministério do Meio Ambiente (MMA).





Fonte: Do G1 MT

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