A ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, anunciou na última quinta-feira que a indústria automotiva local terá de reduzir em até 27,5% as importações de veículos no primeiro trimestre de 2014. A medida visa incentivar a produção nacional, mas afeta as empresas instaladas no Brasil, que apenas em 2013 exportaram cerca de 464 mil carros para o país vizinho.
O volume representa 87% de toda a exportação do setor brasileiro e atinge cerca de US$ 4,4 bilhões. Com o impulso argentino, as exportações da indústria automotiva nacional cresceram 20% entre janeiro e novembro deste ano, de acordo com dados da associação de fabricantes (Anfavea).
Segundo informou o governo argentino, a média de redução das importações de carros e comerciais até 5 toneladas deverá ficar em 20% no próximo trimestre. As empresas que têm um balanço positivo ou neutro, ou seja, produzem mais na Argentina, poderão manter os níveis de importação atuais. No entanto, aquelas que têm saldo negativo deverão reduzir em 27,5% as compras de outros países - o mesmo patamar será válido para empresas que são apenas importadoras.
Brasil
Apesar de a indústria automobilística ter apresentado retração nas vendas e na produção de veículos em novembro, na comparação anual e mensal, no acumulado dos 11 primeiros meses de 2014, a produção registrou recorde de 11,8%. Segundo a Anfavea, de janeiro a novembro deste ano foram produzidas 3,5 milhões de unidades. As exportações também registraram recorde. Foram negociados US$ 15,4 bilhões de janeiro a novembro deste ano.