Envolvida na operação “Esculápio”, Elyneia Lima Bezerra se apresentou ontem de manhã a Superintendência da Polícia Federal, em Cuiabá. Conforme informações dos agentes plantonistas, ela foi indiciada pelos crimes de uso de documento falso e falsidade ideológica.
Elyneia é suspeita de ter comprado um diploma de Medicina na Bolívia por cerca de R$ 20 mil e usado o documento para participar do exame de revalidação do ensino, oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Quem passa no teste têm o direito de exercer a profissão no Brasil.
Conforme a Polícia Federal, outras 41 pessoas teriam feito o mesmo procedimento, sendo que cinco deles estão em Mato Grosso. Todos serão ouvidos ainda esta semana pela PF.
Segundo a PF, tanto Elyneia como os demais envolvidos não estavam trabalhando como médico. As investigações apontam que eles pretendiam conseguir o registro do diploma de medicina por meio da UFMT e só depois, atuar no mercado.
“Eles (os cinco) entraram com pedido de revalidação do diploma na UFMT, que entrou em contato com as universidades bolivianas. Como resposta, a instituição brasileira obteve a informação de que os candidatos não cursaram Medicina ou curso algum por lá. A UFMT, então, acionou a PF”, explicou um agente federal.
Segundo o delegado federal Guilherme Torres, a maior parte dos envolvidos parou de cursar Medicina, cumprindo um ou dois anos de faculdade. Um deles sequer chegou a estudar.
O esquema foi descoberto no começo do ano. A partir da identificação dos envolvidos na fraude, agentes federais chegaram a monitorar o teste deles para obter a validação dos diplomas.
Eles fizeram a primeira etapa do exame e quando estavam prestes a entrar na segunda, foram chamados para prestar esclarecimentos na Polícia Federal.
O delegado ressaltou que as universidades bolivianas não estão envolvidas na fraude, uma vez que confirmaram não ter os suspeitos como alunos em seus cursos.
A Operação Esculápio foi deflagrada nesta sexta-feira passada pela Polícia Federal. A Justiça expediu mandados de busca e apreensão para os estados de Mato Grosso, Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhã, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo.
