A praga da lagarta helicoverpa armigera já ameaça mais da metade das áreas de produção agrícola do País. O Mato Grosso do Sul acaba de se juntar a outros Estados em emergência fitossanitária devido aos ataques da helicoverpa. A declaração de emergência, assinada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, foi publicada nesta sexta-feira, 19, no Diário Oficial da União. Os outros Estados que já estão com a praga instalada em condições de alta infestação são Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Piauí.
Entre os Estados com produção agrícola expressiva, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins ainda não tiveram a decretação de emergência, mas registram surtos da lagarta. A praga atingiu também o sul do Pará e lavouras do oeste maranhense.
A helicoverpa armigera é exótica e foi considerada oficialmente uma nova praga nas lavouras brasileiras em março deste ano. A espécie é mais voraz e prolífera que outras lagartas, atacando quase todo tipo de plantação. Os piores ataques ocorrem em lavouras de milho, soja e algodão.
A decretação de emergência fitossanitária permite que os Estados adotem práticas de manejo previstas na Portaria 1109, de 6 de novembro, que prevê manejo excepcional para o controle da praga.
A medida permite o uso controlado de produtos químicos ainda não autorizados para as lavouras brasileiras, desde que não impliquem em riscos ao meio ambiente e à saúde pública. Outras medidas são o vazio sanitário - período sem lavouras -, a adoção de áreas de refúgio e a destruição dos restos culturais. O impacto dos ataques da lagarta na safra de verão plantada recentemente ainda não foi estimado.