Familiares, amigos e vizinhos do jovem Ademar Silva Oliveira, 19, deficiente auditivo morto por um PM durante uma abordagem estão revoltados. Eles classificaram os policiais como despreparados, e que toda a ação, registrada no final da tarde desta terça-feira (7), não passou de uma “trapalhada”.
A Corregedoria da Polícia já abriu uma sindicância contra o tenente Ronaldo Reiners, autor do disparo que atingiu a barriga do rapaz e provocou a morte dele.
Pai a vítima, Ademar Oliveira, 55, disse que o filho não teria como ouvir a ordem de parada dada pela equipe de Reiners, por um simples motivo, ele era deficiente auditivo. “Era um menino especial, não fazia mal para ninguém e todos no bairro o conheciam. Nem falar, ele fala direito”.
Oliveira classificou a atuação dos PMs como desastrosa. “A PM é despreparada, atirou em um jovem especial, meu filho, para matar. Por qual motivo não atiraram nas pernas?”, questionou.
O jovem, que tomava 4 remédios, além de deficiente auditivo possuía problemas mentais, que teriam motivado a internação dele em unidades de saúde. “Ele sempre pulava o muro e saía perambulando pelo bairro, como hoje (7). Aí veio um policial sem nenhum preparo, sem nenhuma piedade, e matou meu filho”.
Segundo a PM, os policiais foram acionados para averiguar a presença de uma pessoa armada no bairro Bom Clima. Ao chegarem, se depararam com o jovem. Os policiais disseram que ele teria feito um gesto que parecia com o movimento de sacar uma arma, momento em que foi morto.
Com ele, os policiais encontraram uma pequena faca, arma apontada pela pessoa que denunciou o caso. “Era uma faquinha, pequena, quando aquilo era uma arma? Não tem justificativa e nós queremos Justiça”, destacou o pai de Oliveira.
Além da sindicância, a Polícia Civil investiga o caso. O delegado Geraldo Gezoni Filho, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) esteve no local colhendo depoimentos e investiga também o caso.