O “flerte” entre o PDT e o deputado federal Wellington Fagundes (PR) dá sinais de esfriamento, após articulações para que o republicano assumisse a vaga de candidato ao Senado numa eventual chapa que teria o senador Pedro Taques (PDT) como candidato ao Governo, nas eleições deste ano.
Ao ser questionado pela imprensa, Fagundes informou que sequer foi convidado para o ato de encerramento da caravana de Taques pelo Vale do Araguaia, que acontece na manhã deste sábado (25), na Câmara Municipal de Barra do Garças (507 km a Leste de Cuiabá).
Na ocasião, Taques vai reunir seus aliados que também fazem oposição ao Governo do Estado, de partidos como o PDT, PSB, PPS, PV, DEM, PSDB e SDD.
O ato acontece após duas semanas de viagem pela região, quando Taques adotou o discurso de candidato, recheado de críticas ao Governo.
Entre os que devem comparecer ao evento, estão o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), os deputados estaduais Luciane Bezerra (PSB) e Zeca Viana (PDT), os prefeitos Mauro Mendes (PSB), de Cuiabá, e Percival Muniz (PPS), de Rondonópolis, além de líderes da região.
Wellington Fagundes, por outro lado, integrou a comitiva do governador Silval Barbosa (PMDB) que visitou o Norte Araguaia nesta quinta e sexta-feira (23 e 24), para entregar e lançar obras, e que serviu de contraponto à viagem feita por Taques – o que reforça o distanciamento entre eles.
Além disso, há cerca de dez dias, o deputado participou de uma reunião na casa do presidente do PMDB, Carlos Bezerra, que marcou o início das conversações oficiais para que sete partidos governistas permaneçam unidos nas próximas eleições.
Ameaça de “racha”
A aproximação do republicano com o grupo de Taques provocou ameaças de debandada de aliados do pedetista, como o DEM do senador Jayme Campos, que também almeja a vaga do Senado, e cobrou respeito na negociação de montagem da chapa majoritária.
O senador e o presidente do DEM, seu irmão Júlio Campos, não pouparam críticas ao “namoro” do PR com a oposição, pelo fato de o partido dar sustentação ao Governo de Silval.
Ambos sinalizaram que podem abandonar a aliança e ressaltaram que diversos partidos têm procurado o DEM para tratar de composições.
O presidente do PSDB, Nilson Leitão, foi outro que criticou as negociações do PR com a oposição e a situação, e cobrou um posicionamento do partido sobre de que lado estava.
O tucano também não garantiu que a sigla vá permanecer ao lado de Taques no próximo pleito eleitoral.
Por outro lado, aliados como Percival Muniz e Mauro Mendes defendem a aliança com o PR, para ter ao lado de Taques a força do partido, que detém a maior bancada da Assembleia Legislativa, com sete deputados, e o peso do apoio do senador Blairo Maggi (PR).