Previstas para serem entregues em abril deste ano, as obras dos Centros Oficiais de Treinamento (COTs) da Barra do Pari e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) são alvos de atraso no pagamento, de acordo com o empresário que representa os consórcios construtores, Robério Garcia.
Dono da Engeglobal Construtora Ltda. – integrante dos dois consórcios –, Garcia acusou o Governo do Estado de dever R$ 7 milhões às empresas contratadas, o que, segundo ele, acaba por impactar diretamente no andamento das obras.
“O Estado tem, sistematicamente, atrasado [o pagamento], o que impacta negativamente na vida da minha empresa e no andamento das obras”, disse.
As declarações do empresário foram dadas durante a visita do ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco (PMDB), às obras do Aeroporto Marechal Rondon, na semana passada – obra pela qual a Engeglobal também é uma das responsáveis e que também está atrasada (clique AQUI).
"O Estado tem, sistematicamente, atrasado [o pagamento], o que impacta negativamente na vida da minha empresa e no andamento das obras"
De acordo com Garcia, cobranças já foram feitas à Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), responsável pela contratação das empresas para realização das duas obras.
“Nós falamos com eles, porque eu não sou funcionário público e tenho que tratar com o meu contratante. É a Secopa quem tem que falar com o governador [Silval Barbosa]”, disse.
Atraso
Considerados essenciais para a realização da Copa do Mundo de 2014, os COTs de Cuiabá e Várzea Grande deverão ficar prontos a apenas dois meses do início do evento no país, agendado para 12 de junho de 2014.
As duas obras deviam ter sido inauguradas em outubro de 2013, segundo os contratos iniciais, mas problemas na remoção de interferências, falta de energia elétrica e até mesmo readequações de projetos fizeram com que elas apresentassem atrasos de execução.
Orçados em pouco mais de R$ 42,6 milhões, os projetos receberam recursos do Governo Federal e constam na Matriz de Responsabilidades assinada entre a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e os governos Federal, Estadual e Municipal.
"Nós falamos com eles, porque eu não sou funcionário público e tenho que tratar com o meu contratante"
O atraso no cronograma das obras varia de 90 dias (UFMT) a oito meses (Pari), segundo o último relatório divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), em setembro, com corte em 31 de julho.
COT do Pari
Orçado em R$ 26,8 milhões, o COT deverá ocupar uma área de 52 mil m² e ter capacidade para abrigar três mil torcedores, se tornando, posteriormente, o primeiro estádio de Várzea Grande.
A obra está sendo executada pelo Consórcio Barra do Pari, formado pelas empresas Três Irmãos Engenharia Ltda., Engeglobal Construções Ltda. e Valor Engenharia Ltda.
O projeto prevê a construção de 250 vagas de estacionamento, salas de imprensa, cabine de transmissão, vestiários, camarotes, lounge, alojamentos, lavanderia, cozinha, refeitório, restaurantes e salas de musculação e fisioterapia.
Atualmente, estão em andamento no local a montagem das formas para a construção das arquibancadas e a drenagem no campo de treinamento.
Na parte interna do prédio anexo ao campo, os trabalhadores executam o contra-piso e a instalação elétrica e hidráulica.
Edson Rodrigues/Secopa |
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COT do Pari: obra deveria ter sido concluída em outubro de 2013 |
As empresas também seguem na realização de serviços voltados para a construção da rede de tratamento de esgoto e caixas para o reuso da água também prosseguem no canteiro.
COT da UFMT
Sob responsabilidade das empresas Engeglobal e Três Irmãos Engenharia, a obra já teve finalizada a etapa de terraplenagem da área dos vestiários e do campo de futebol e está orçada em R$ 15,8 milhões.
Agora, estão sendo finalizadas a concretagem das torres de iluminação da construção e a drenagem no campo.
Também está sendo executada a concretagem do prédio que irá abrigar camarotes, vestiários e restaurantes.
Depois de pronto, o COT deverá ter capacidade para abrigar 1,5 mil torcedores e uma pista oficial de atletismo de padrão internacional, com piso sintético e 400 metros de comprimento, devendo se tornar referência para treino e realização de competições esportivas.
Outro lado
Por meio de nota enviada à imprensa, a Secopa negou a existência de atraso no pagamento das empresas.
“O último repasse foi realizado em dezembro de 2013”, diz a nota.