Até dezembro de 2013, a Secopa pagou pouco mais de R$ 11 milhões aos consórcios responsáveis pela construção dos Centros Oficiais de Treinamentos (COTs) da Barra do Pari e da UFMT.
O valor é R$ 3,7 milhões inferior ao total já executado e medido nas duas obras e equivale a pouco mais de 25% do total atualizado de investimentos previstos nos dois projetos.
No caso do COT da UFMT, a situação é mais grave: o total pago até o momento não atinge 50% do executado e medido pelo Consórcio Campus Universitário (formado pelas construtoras Engeglobal e Três Irmãos).
O relatório dos valores pagos aos dois consórcios está disponível no Fiplan (Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças). As últimas medições constam do sistema GeoObras, no site do Tribunal de Contas.
Na semana passada, durante a vistoria realizada pelo governo federal nas obras do Aeroporto Marechal Rondon, o empresário Robério Garcia, proprietário da Engeglobal, queixou-se de "atrasos sistemáticos" no pagamento das obras dos COTs.
O áudio das declarações de Garcia, cuja empreiteira também integra o Consórcio Barra do Pari (juntamente com a Três Irmãos e a Valor Engenharia), foi publicado na íntegra pelo site RepórterMT.
"As obras sistematicamente atrasado [os pagamentos], o que impacta negativamente na vida da minha empresa e no andamento das obras", relatou, na entrevista gravada.
Ontem, em entrevista ao DIÁRIO, Garcia tentou minimizar o teor das queixas, dizendo que a "imprensa” estaria a lhe atribuir “palavras erradas".
"Eu falei que havia descontinuidade nos pagamentos, o que é verdade, mas não da forma como colocaram. De qualquer maneira, a Secopa está regularizando", disse.
Em nota encaminhada ontem, a Secopa negou qualquer "descontinuidade". "Não há atraso no pagamento das empresas. O último repasse foi realizado em dezembro de 2013. A previsão de entrega para os dois Centros Oficiais de Treinamento (COT) é abril de 2014", apontou.
As obras, que fazem parte da matriz da responsabilidade firmada com a FIFA e são consideradas essenciais pela organização do evento, já deveriam ter sido concluídas. Segundo as medições mais recentes, o COT do Pari está com 37% de execução. O da UFMT chegou a 29,38%.
De acordo com Garcia, a regularização dos pagamentos está diretamente ligada ao cronograma. "É preciso que haja um fluxo contínuo de pagamentos, ou não vamos terminar esta obra.”