Em Cuiabá, morar em um lugar chamado paraíso não é sinônimo de viver bem, segundo os moradores dos bairros denominados Novo Paraíso 1, Novo Paraíso 2 e Jardim Paraíso, que reclamam da falta de infraestrutura das regiões. Entre os problemas estão a falta de asfalto nas ruas e o esgoto que corre a céu aberto, causando mau cheiro. Indignados com essa situação, os moradores recorreram à Justiça.
Os três bairros possuem aproximadamente 9 mil habitantes. "Isso aqui está bem longe de ser um paraíso. As ruas estão cheia de buracos", disse o carpinteiro Joaquim Volgarim. O aposentado Benedito Antônio de Souza, um dos moradores da região, reclama que tem escritura da casa, paga Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mas que a rua da casa dele está cheia de buracos. "Não adianta nem limpar os móveis, porque limpa e na mesma hora estão cheios de poeira de novo", reclamou.
A falta de saneamento básico também é um problema. Como as obras de saneamento previstas para ser executadas na região, não saíram do papel, os moradores resolveram agir por conta própria. No entanto, o esgoto que sai das casas cai em um córrego que corre a céu aberto.
O que deixa os moradores ainda mais revoltados é o fato de que muitas obras começaram e não foram concluídas. Na esquina das ruas Clóvis Barros e Dante de Oliveira, por exemplo, máquinas chegaram ao local em 2008 com a promessa de asfaltamento, porém, até agora a obra não foi concluída.
Um documento mostra o resultado de um processo licitatório de 2012, onde os bairros Novo Paraíso 1 e 2 receberiam juntos mais de R$ 10 milhões para a colocação de asfalto. Um informativo publicitário da prefeitura da capital diz que a região já foi beneficiada. O presidente da associação que representa os três bairros contesta. Emídio de Souza disse que a situação é inaceitável. "Não vamos mais aceitar isso, então por isso juntamos cópias de todos os requerimentos e ofícios, que deu em torno de 300 páginas, e levamos para a Defensoria Pública", declarou.
Ao todo, são nove obras inacabadas, entre elas a reforma do posto de saúde que começou em abril do ano passado e custou pouco mais de R$ 60 mil. A previsão de entrega era de quatro meses e deveria estar funcionando desde agosto de 2013. Mas até hoje as portas estão fechadas.
Os moradores reuniram mais de 300 páginas de documentos com as reivindicações dos moradores e entregaram a Defensoria Pública Estadual.