Numa reunião realizada na manhã desta terça-feira (28), na sede do Grupo Amaggi, em Cuiabá, o senador Blairo Maggi (PR) descartou, em caráter definitivo, qualquer possibilidade de vir a disputar, mais uma vez, o comando do Palácio Paiaguás.
Aos interlocutores, os deputados federal Wellington Fagundes e estadual Emanuel Pinheiro, presidente e secretário-geral do PR, respectivamente, Maggi pediu que o partido o ajude a massificar sua decisão. E que pare de citar o seu nome na imprensa, com esse viés eleitoral.
No encontro eles discutiram, informalmente, por mais de três horas, os cenários político e eleitoral e os possíveis rumos da sigla nas próximas eleições.
Ao descartar uma nova candidatura ao Governo, Maggi considerou que já deu sua contribuição, como governador, durante dois mandatos, a Mato Grosso.
Ele disse, também, que está em um momento positivo, tanto como senador quanto empresário – com negócios em expansão, e sem o desejo necessário para entrar em uma nova campanha.
Enfático, o senador disse que nem mesmo os eventuais pedidos da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, ambos do PT, o farão mudar de ideia.
As palavras de Maggi foram contundentes, e os deputados entenderam que não adianta mais tentar fomentar seu nome no cenário estadual.
Taques
Na conversa, eles discutiram o possível apoio ao senador Pedro Taques (PDT), virtual candidato ao Governo.
Na avaliação, esse apoio teria mais viabilidade do que continuar no arco de aliança que mantém o atual governador Silval Barbosa, formado pelo PMDB, PSD, PT, Pros e PP.
Maggi, particularmente, gosta do perfil de Taques, aposta em seu potencial eleitoral e acredita que ele tenha condições de iniciar uma nova fase de desenvolvimento em Mato Grosso.
A segunda opção, em tese com menos viabilidade, seria continuar na base e apoiar Lúdio Cabral (PT), nome que reúne maior viabilidade, hoje, no grupo.
Apesar disso, tudo foi conversado em termos de especulações e, segundo a opinião pessoal dos três políticos, sem que isso reflita, necessariamente, o posicionamento do partido.
O apoio a Taques, no entanto, dependerá de um entendimento dos membros que compõem a Executiva do PR, formada por doze membros - entre eles, os sete deputados estaduais.
A condição imprescindível para que esse apoio aconteça é que Fagundes dispute a vaga ao Senado pela coligação a ser encabeçada pelo senador pedetista.
Outro fator, como a coligação para a disputa proporcional, com viabilidade de reeleição da atual bancada estadual, também será fundamental.
Cidinho
Na reunião, os três discutiram, também, a movimentação do suplente de Maggi, Cidinho Santos (PR), de se lançar, nos bastidores e perante a imprensa, como pré-candidato ao Governo, apoiado pelo setor produtivo.
Fagundes e Emanuel repudiaram tal movimentação e disseram que ela, mesmo tímida, tende a criar constrangimentos à definição oficial do partido, em torno do nome do produtor rural e ex-prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá, como pré-candidato ao Governo.
Maggi negou que tenha participação na articulação de seu suplente – e prometeu conversar com Cidinho para que ele recue.
Ao final do encontro, Maggi, Fagundes e Pinheiro ficaram de marcar, provavelmente para a próxima semana, uma reunião com toda a executiva estadual do partido para, de modo oficial, começar a avançar nas discussões políticas e eleitorais.