O deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (DEM) entrou com uma ação na Justiça contra o ex-prefeito de Juara (709 km ao Norte de Cuiabá), Oscar Bezerra (PSB), pedindo indenização, por danos morais, no valor de R$ 200 mil, devido a uma agressão, em 2013, que virou até caso de Polícia.
“Estou pedindo apenas uma reparação do dano que sofri”, afirmou Dal’Bosco, em entrevista aoMídiaNews.
“Eu quero que a verdade seja restabelecida. Tenho convicção de que realmente fui agredido”, disse, ressaltando, porém, que não guarda mágoa apesar do fato.
Na véspera da eleição suplementar municipal, no dia 6 de julho do ano passado, Bezerra agrediu Dal’Bosco com um golpe de borduna (arma artesanal indígena), durante uma confusão.
O golpe, que acertou um dos braços do deputado, teria acontecido após Dal’Bosco supostamente ameaçar o irmão do ex-prefeito, que é policial, durante uma ronda para apurar a suspeita de compra de votos. A denúncia de crime eleitoral não foi comprovada.
Após o episódio, Bezerra e Dal’Bosco já se falaram algumas vezes, rapidamente. O primeiro encontro, entre eles, teria sido no velório no ex-deputado federal Homero Pereira (PSD), em outubro do ano passado.
Depois, eles se viram na Assembleia Legislativa (AL-MT), nas vezes em Oscar foi visitar a mulher, a deputada estadual Luciane Bezerra (PSB).
Seis meses depois, apesar de eles já terem voltado a se falar, a situação, pelo visto, ainda não foi resolvida.
Relação abalada
Dal’Bosco disse que não pretende manter uma relação próxima com o ex-prefeito. “Cada um tem que seguir o seu caminho”, relatou o deputado.
No entanto, o imbróglio pode ter efeitos na política. Nas eleições deste ano, DEM e PSB compõem o bloco oposicionista que tem o senador Pedro Taques (PDT) como pré-candidato ao Governo do Estado.
Bezerra diz que o fato já foi superado. Disse, ainda, que por estarem atualmente no mesmo grupo, até pediria apoio do democrata. “Quem sabe a gente não faz uma dobradinha? Posso até pedir o apoio dele”, comentou o ex-prefeito.
Por outro lado, Dal’Bosco não engoliu a história e deixou claro que tem dispensado um tratamento “cavalheiro” por ser esta uma postura natural dele nestas ocasiões.
“Sou uma pessoa tranquila e não tenho mágoa de ninguém. Eu aprendi com os meus pais a tratar os outros bem”, disse.
A ação de indenização foi proposta pela defesa do deputado na Comarca de Sinop. O juiz Carlos Roberto já determinou a citação do ex-prefeito, para que apresente defesa no prazo de 15 dias a partir do conhecimento da ação.
Ao MidiaNews, o ex-prefeito Oscar Bezerra afirmou que ainda não foi notificado pela Justiça. Mas admitiu que não deve se omitir neste caso.
“Acabei tendo uma reação impensada. Mas já passou”, disse o ex-prefeito, admitindo a agressão. “Ainda não foi notificado sobre nada. Mas vou responder pelos meus atos”, relatou.
Caso de Polícia
O episódio também virou caso de Polícia. Paralelamente à ação de indenização, um Termo Circunstanciado foi lavrado na Polícia Civil de Juara.
O delegado de Porto dos Gaúchos, André Barroso, que assinou o ato como interino, afirmou a reportagem que já enviou o termo para Justiça, onde poderá haver um acordo ou não entre as partes.
“O documento é bem simples. As duas partes narraram o fato durante depoimentos. Concluímos o termo circunstanciado em janeiro e já encaminhamos ao Fórum”, explicou. Os dois devem ser convocados para uma audiência de conciliação, no Juizado Especial Criminal.
O caso
A confusão aconteceu no da 6 de julho do ano assado. O ex-prefeito de Juara, Oscar Bezerra (PSB), foi preso acusado de agredir, com uma borduna (arma indígena), o deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (DEM).
O caso foi registrado por volta das 3h da madrugada de um sábado, em um bairro periférico da cidade, após o deputado voltar de uma exposição agropecuária em Porto dos Gaúchos (a 80 km de Juara).
A agressão ocorreu na presença de policiais militares, chamados pelo irmão do próprio Oscar, Fernando Bezerra, para dar um flagrante em Dal’Bosco e no filho do candidato a vice-prefeito de Juara, Luiz Pereira da Costa, o “Zoca” (DEM), que é vice na chapa encabeçada por Valdinei Holanda Moraes (DEM).
O capitão Murilo Franco, da Polícia Militar (PM), declarou à Rádio Tucunaré que Fernando Bezerra, irmão do agressor, denunciou que havia uma arma de fogo em um carro Fiat Strada Prata, com placas de Sinop