Márcia Lobato, de 35 anos, moradora de Santarém, oeste do Pará, nasceu com uma doença rara denominada Cutis verticis gyrata, que consiste em um transtorno congênito ou adquirido, que faz com que o couro cabeludo apresente dobras e diminua os cabelos na parte afetada. A doença é uma dermatose que se assemelha à forma do cérebro.
O transtorno pode surgir no nascimento ou após alguma doença ou sinal na pele. Márcia tem quase metade da cabeça afetada.
A paciente atualmente faz tratamento no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), mas por muito tempo ficou sem saber do que realmente se tratava. "Sempre considerei um sinal. Quando fui a Belém, descobriram um nervo gigante e, agora, um angioma gigante", declarou.
O tratamento deve ser feito com cirurgia para a retirada da lesão. "Tem que ser retirada parte, quando é menor e a pessoa é mais nova, pode ser retirada toda a lesão", informou o médico cirurgião plástico Euler Amaral. Segundo ele, no caso de Márcia, mais de 50% do couro cabeludo já foi afetado, então o tratamento cirúrgico terá de ser feito por partes.
Márcia está fazendo exames pré-operatórios e deve passar por uma biópsia nesta terça-feira (4). Por causa do problema, ela conta que sempre foi motivo de olhares curiosos por onde passava, mas que aprendeu a conviver com a doença. "Nunca tive vergonha. As pessoas olham diferente, mas nunca tive problemas assim. Somente dor de cabeça", afirmou.
"A gente prevê que ela vai se recuperar bem porque não é uma cirurgia complexa. Vai exigir um pouco de paciência porque podem ser colocados expansores para se fazer a expansão do couro cabeludo sadio dela para recuperamos a parte que está alterada", afirmou Amaral.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia não soube informar quantos casos da doença existem no país.