O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, preso nesta quarta-feira (5) na Itália, chegou a negar sua verdadeira identidade ao ser abordado por policiais na cidade de Maranello, informou a polícia italiana de Modena.
Pizzolato era o único foragido de 25 condenados no processo do mensalão e, ao ser preso nesta manhã, estava com a mulher na casa de um sobrinho na cidade, que é conhecida por abrigar a fábrica de carros esportivos de luxo da Ferrari.
Segundo a polícia local, que já monitorava Pizzolato, inicialmente ele negou ser quem era, mas depois confirmou a identidade ao perceber que tinha sido reconhecido.
Ele não ofereceu resistência e não foi violento, afirma a polícia.
Os “carabinieri” (polícia italiana) seguiram a pista da localização de Pizzolato por dois dias. Segundo as investigações, ele não trabalhava e não saía de casa.
Por volta das 11h (8h no horário de Brasília) desta quarta, um grupo formado por 10 policiais entrou no apartamento situado no andar térreo de um edifício no centro de Maranello.
O ex-diretor do BB foi preso e enviado à prisão de Sant'Anna de Modena, a cerca de 21 km de distância. A polícia afirma que ele está em uma cela com outros detentos e aparenta bom estado de saúde.
Os policiais encontraram 15 mil euros - em notas de euros e dólares e um passaporte falso, em nome do irmão mais velho, que morreu em um acidente de carro em 1978.
Com 570 pessoas, atualmente a prisão de Sant'Anna de Modena enfrenta superlotação. Sua capacidade é de 450 pessoas.
Considerado culpado pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, o antigo dirigente do Banco do Brasil foi condenado pelos ministros do Supremo a 12 anos e 7 meses de prisão.
Fuga pela Argentina
A Polícia Federal afirmou nesta quarta-feira (5) que Pizzolato fugiu do país pela fronteira com a Argentina dois meses antes de decretada sua prisão, em 15 de novembro de 2013.
Ele saiu de carro da cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, e ingressou no território argentino provavelmente no dia 12 de setembro. Depois, percorreu 1,3 mil quilômetros até Buenos Aires, capital argentina.
As investigações da Polícia Federal demonstraram que o ex-diretor de marketing do BB embarcou para Barcelona, na Espanha, em um voo da Aerolíneas Argentinas. Da cidade espanhola, informaram os policiais federais, ele seguiu para a Itália. A PF não sabe de que forma ele chegou ao território italiano.