O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno, encaminhou nesta quinta-feira (12) uma solicitação para que a CNV (Comissão Nacional da Verdade) investigue a denúncia de que o ex-presidente Lula colaborou como informante do regime militar nos anos 1980.
O ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior disse, em entrevista, que o Lula teria sido informante de seu pai, o delegado Romeu Tuma, junto ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social).
Segundo Tuma Jr., o relato e as provas da participação de Lula, sob o codinome Barba, estão no livro Assassinato de Reputações – Um crime de Estado.
Rubens Bueno diz que é necessário esclarecer e definir qual “a verdade histórica”.
— Ora, se a verdade histórica envolve uma participação do ex-presidente em posição bem diferente daquela que se imaginava até o presente momento, irrefutavelmente isso deve ser esclarecido. O Brasil precisa saber se é verdade que o ex-presidente era um informante da polícia política da ditadura militar e, ainda, com qual finalidade. Teria sido o ex-presidente um delator de seus companheiros? Quem ele teria delatado? Quando isso teria ocorrido?
No pedido, endereçado ao coordenador da CNV, José Carlos Dias, Bueno pede que “sejam tomadas as providências cabíveis para que sejam os fatos devidamente averiguados".
A Comissão Nacional da Verdade foi criada por lei em 2011 e desde o ano passado investiga episódios sobre violações dos Direitos Humanos no Brasil no século 20, em períodos de Ditadura Militar.
Na última quarta-feira (11), deputados da base do governo fizeram uma manobra para adiar o debate sobre apresentação de convite ao ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Jr., que prepara o lançamento de um livro com inúmeras denúncias contra o governo Lula. Coordenada pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a base conseguiu adiar a discussão por 13 votos a sete.
Parlamentares da oposição tentam convidar Tuma Jr. e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para falar sobre o conteúdo de Assassinato de Reputações, que denuncia, entre outras coisas, a existência de uma conta do mensalão no exterior e de uma “fábrica de dossiês”.