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Nacional
Terça - 11 de Fevereiro de 2014 às 20:18
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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Estudantes se beijam na Câmara em protesto contra a possibilidade de o deputado Bolsonaro assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Estudantes se beijam na Câmara em protesto contra a possibilidade de o deputado Bolsonaro assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Quatro estudantes universitárias trocaram beijos na boca nesta terça-feira (11) na Câmara dos Deputados em protesto contra a intenção do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) de assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Casa.

Conhecido por uma postura de enfrentamento a grupos de defesa dos homossexuais, Bolsonaro trabalha junto à bancada do PP para comandar a comissão neste ano. Ele já obteve o apoio do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que presidiu a comissão no ano passado e enfrentou protestos de grupos de militantes negros e homossexuais.

"Queremos evitar que Bolsonaro, com todo o seu histórico de racismo e homofobia, alcance a presidência da Comissão de Direitos Humanos. Ele é um representante da ditadura militar. O povo brasileiro que foi às ruas não quer Bolsonaro", disse Maria Neves, estudante de história da Universidade Federal do Amazonas.

Bolsonaro discute
Após o beijaço, o deputado Jair Bolsonaro passou pelo corredor que dá acesso à presidência da Câmara, onde estavam as manifestantes. Ele discutiu com as estudantes, que criticaram o fato de o parlamentar defender o regime militar. Bolsonaro respondeu chamando-as de "ignorantes" que, segundo ele, desconhecem a história do Brasil.

As manifestantes entoaram gritos de "Bolsonaro racista, homofóbico e fascista". Depois de cerca de dois minutos de bate-boca, o parlamentar se afastou. "Eu vou embora porque meu ouvido não é penico", disse.

O parlamentar reafirmou o seu interesse na presidência da Comissão de Direitos Humanos, o que, segundo afirmou, foi garantido pelo líder da bancada do PP. Ele disse que pretende atuar em defesa da maioria. "Eu entendo que qualquer país tem que agir pela maioria. A minoria tem que se curvar, se calar. Eu quero respeitar a maioria", declarou.

Ele também criticou os que defendem a melhoria nas condições dos presídios brasileiros. "Os presídios estão uma maravilha. Lá é um lugar para o cara pagar os seus pecados [...]. A única coisa boa que o Maranhão tem é o presidio de Pedrinhas", afirmou Bolsonaro, em referência ao complexo penitenciário maranhense onde 60 presos foram mortos em 2013.

Não cabe 'radicalismo', diz Alves
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta terça que não pode haver “radicalismo” na Comissão de Direitos Humanos (CDH), mas destacou que é um “direito” dos partidos indicar livremente representantes das bancadas para o comando dos colegiados.

“É uma comissão muito importante, que defende as minorias. Não cabe nessa comissão nenhum tipo de radicalismo, mas é um direito dos partidos indicar seus representantes”, afirmou Henrique Alves ao ser indagado por jornalistas sobe a possibilidade de Bolsonaro assumir o comando do colegiado.

Grupo tenta evitar Bolsonaro
Um grupo de deputados da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos se articula para convencer a bancada do PT, a maior da Câmara, a priorizar a Comissão de Direitos Humanos quando decidir quais comissões o partido escolherá presidir. O objetivo da articulação é evitar que a presidência da Comissão de Direitos Humanos fique com o PP de Bolsonaro.

Nesta terça, a bancada do PT na Câmara dos Deputados decidiu em reunião adiar a definiçãosobre quais comissões o partido pretende presidir neste ano na Casa. Como maior bancada, o PT tem prioridade na escolha da presidência de comissões, mas deixou a decisão para a próxima semana.

Com isso, permanece indefinido o nome de quem comandará a Comissão de Direitos Humanos (CDH), cuja presidência é reivindicada pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido pelo apoio ao regime militar, declarações contra homossexuais e enfrentamento a movimentos sociais.






Fonte: Do G1

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