Uma adolescente de 17 anos e o companheiro dela, o lavrador Francisco Gomes de Almeida, de 49 anos, são suspeitos de espancar, até a morte, a própria filha recém-nascida, na cidade de Santa Luzia, que fica a 380 km de São Luís. A menor foi apreendida e ele preso pela Polícia Civil. Em depoimento, o casal confessou o crime e alegou ter matado a criança porque estava embriagado e não suportou ouvir o choro do bebê durante a madrugada.
"O casal começou a ingerir bebida alcoólica na noite de sábado (8), e já na madrugada de domingo foi até o quarto onde a recém-nascida dormia em uma rede. Ambos alegam que ficaram muito irritados com o choro da filha, e que a mãe retirou o bebê da rede e o jogou no chão. Tanto o pai quanto a mãe afirmam que apenas esta violência foi praticada contra a criança, porém exames confirmaram as agressões", adiantou o delegado Estefânio Aragão, titular da delegacia de Santa Luzia.
Assim que o dia amanheceu, segundo ainda o delegado, o casal se deu conta de que a filha estava morta, e como tinha consciência do crime que cometeu, resolveu forjar o velório da recém-nascida, informando que ela havia tido "morte natural". "A verdade veio à tona porque uma vizinha desconfiou e contou à polícia que o casal agredia o bebezinho, assim como o outro filho de 1 ano. No hospital, foram constatados vários hematomas no corpo da criança", acrescentou o delegado.
Segundo os resultados dos exames preliminares, o corpo da recém-nascida apresentava hematomas principalmente na região das costas e até um furo na cabeça. "O resultado dos laudos demonstra que a criança, que tinha pouco mais de um mês de vida, não havia sido apenas jogada com força no chão. Ela foi espancada até a morte, na casa onde morava, na Rua São Raimundo, em Santa Luzia", completou o delegado Estefânio Aragão.
Francisco Gomes de Almeida, pai biológico da recém-nascida, foi preso em flagrante, na manhã de ontem, e sua companheira, a adolescente de 17 anos, foi apreendida. Ambos estão à disposição da Justiça, na carceragem da Delegacia de Santa Luzia. O delegado da cidade informou que, por enquanto, ambos vão responder por homicídio comum, porém, no decorrer no inquérito policial, o crime certamente deve ser agravado em algumas qualificadoras, já que a vítima era indefesa e incapaz.