A dona de casa Suzeli Aparecida presenciou o momento em que ocorreu o trágico acidente com uma passageira de uma ônibus coletivo que morreu após ter a perna esmagada pelo veículo, na tarde desta terça-feira (11), em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Ela estava no ponto de ônibus, na Avenida São Gonçalo, quando a passageira Maria de Lourdes Almeida Matos, de 76 anos, tentou entrar no coletivo e acabou caindo após o motorista arrancar antes que ela entrasse.
A vítima foi atropelada e teve a perna esquerda esmagada no acidente que ocorreu no Bairro Parque do Lago. A idosa chegou a ser encaminhada ao pronto socorro do município mas não resistiu aos ferimentos. O motorista passou mal e também foi levado à unidade médica. Após o acidente, ele se apresentou à polícia e foi autuado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Contudo, o motorista alegou que não viu a passageira e, por isso, arrancou com o veículo.
Segundo relatos da testemunha, a idosa havia subido no degrau com uma sacola e, antes que pudesse entrar, o motorista deu a partida. “Quando o motorista arrancou, ela não conseguiu segurar e caiu de costas. Ela bateu a cabeça no chão e o ônibus passou em cima da perna dela”, descreveu a dona de casa. A moradora relatou ainda que o motorista estava contando dinheiro no momento, já que não há cobrador no veículo e, por isso, não a viu subindo.
Passageira estava no segundo degrau quando caiu de ônibus (Foto: Polícia Civil-MT)
“Meu marido saiu correndo e avisou o motorista, pois ele nem percebeu. Eles [motoristas de ônibus] não têm paciência com idosos. Nós precisamos de cobradores nas linhas”, criticou Maria de Lourdes. Para o presidente do Sindicato dos Motoristas Profissionais e Trabalhadores em Empresa de Transporte Terrestre em Cuiabá e região, Ledevino da Conceição, não há relação entre a falta de cobrador e o acidente. “Em comparação com o mesmo período em que tinha os cobradores, agora está tendo menos acidentes. Na verdade o que aconteceu foi uma fatalidade, a gente sabe que o acidente acontece com ou sem cobrador”, argumentou Ledevino.
Segundo ele, há sensores que não deixam a porta fechar na presença de objetos e também os que travam o motor do veículo enquanto a porta não estiver fechada. Porém, esses equipamentos não estão presentes nos ônibus que circulam em Cuiabá e Várzea Grande. “Isso pode ser implantando, pode ser uma cobrança para evitar este tipo de transtorno”, disse o presidente do sindicato. Em entrevista ao G1, a filha da vítima disse que a mãe seguia do Bairro Parque do Lago para o Bairro Cristo Rei, onde morava. “Ela estava lúcida e saudável”, lamentou Marilúcia Matos Almeida. Ela acredita que, por ser idosa, a mãe não conseguiu se equilibrar com o ônibus em movimento.