A Justiça Federal determinou que os objetos apreendidos como parte da operação “Ararath” na casa e no gabinete do magistrado Julier Sebastião da Silva, em Cuiabá, sejam devolvidos ao dono. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (13) pela Justiça federal de Mato Grosso, mas foi assinada no dia 7 pelo desembargador Luciano Tolentino Amaral, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O juiz federal já negou qualquer relação com os fatos investigados pela operação que resultou nas apreensões.
A apreensão na residência e no gabinete do magistrado foi uma das ações da Polícia Federal (PF) em novembro de 2013 após a expedição de sete mandados de busca referentes a uma investigação relacionada a crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
Um grupo teria movimentado mais de R$ 500 milhões em seis anos usando factorings como fachada para a concessão de empréstimos a pessoas físicas e jurídicas do estado por meio de uma empresa cujas atividades já se encerraram.
A reportagem procurou o juiz Julier Sebastião para comentar a decisão divulgada nesta quinta-feira, mas sem sucesso. No entanto, à época da apreensão, o magistrado - que atua na 1ª Vara Federal de Mato Grosso - já se defendeu alegando que não mantinha qualquer ligação com os crimes investigados. Em nota, ele também enfatizou que não possuía conhecimento sobre os fatos decorrentes da operação. O magistrado teve documentos levados pelos agentes da PF.
Além dele, a operação chegou a ter como alvo o então presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Gian Castrillon, que teve levados objetos pessoais e computadores tanto de sua casa quanto do gabinete no órgão que presidia. Castrillon deixou o cargo voluntariamente após a ação da PF.